5, 4, 3, 2, 1 … Acompanhamos a sensacional estreia da nova série dos “Thunderbirds” no canal a cabo Gloob!

Remake do clássico seriado de marionetes de Gerry e Sylvia Anderson, de 1965, um novo Thunderbirds digital estreou em 4 de julho de 2016 com toda pompa no canal infantil Gloob. Provavelmente, devido à importância que o programa teve para vários pais atuais, que viam a atração em sua infância, a novidade está sendo exibida às 20:30h, o que garante diversão para toda a família.

Como parte da estratégia promocional de lançamento de Thunderbirds, o enlatado foi divulgado com um grande encarte e adesivos exclusivos no Jornal Metro carioca.

Na série original, a história se passa no futuro, em 2065, quando o astronauta e milionário americano Jeff Tracy decide usar sua fortuna para montar um esquadrão para salvar pessoas de desastres ao redor do mundo. Assim, surge o Resgate Internacional, numa ilha paradisíaca no meio do Oceano Pacífico. A organização conta com engenhos voadores e aquáticos, pilotados pelos filhos de Jeff. Cada um é responsável por um foguete específico, dotado de características especiais. De todos esses, o que mais gosto é o Thunderbirds 2, que possui a capacidade de trocar o seu miolo, recebendo um container diferente e integrado a sua estrutura, dependendo da missão a ser cumprida. O responsável por toda essa parafernália tecnológica é o cientista Brains.

Havia ainda o mordomo Kyrano e sua filha Tin-Tin, que também moravam na ilha, e o núcleo inglês, formado por Lady Penelope e o chofer Parker. Não podemos esquecer, é claro, do vilão Hood.

Só para lembrar, os marionetes tiveram uma enorme popularidade em nosso país, nos anos 1970, quando eram exibidos no programa do Capitão AZA. Na década de 1990, foram reprisados pelo SBT. Na França, se chamaram Les Sentinelles de L’Air (Os Sentinelas do Ar).

Além dos Thunderbirds, Gerry Anderson também desenvolveu outros hits com bonecos, entre eles: Stingray, Capitão Escarlate, Joe 90, UFO e Espaço 1999.

A nova produção de 2015 mantém a estética das naves e da Ilha Tracy, além de preservar a voz de Jeffey Tracey, o antigo locutor que fazia a contagem regressiva da abertura.

Nos momentos de desastre, percebemos que o visual das cenas procurou ser fiel ao do exibido em seu antecessor. Logo no primeiro episódio duplo, Anel de Fogo, assim que um gigante amplificador de raios solares desaba, dá para perceber que sua queda é mostrada em câmera lenta, assim como acontecia no antigo Thunderbirds.

Ainda no quesito de características preservadas, os enormes olhos dos protagonistas lembram aqueles que víamos nos bonecos do passado. Na hora em que os meninos estão indo para seus veículos, seus glóbulos oculares são mostrados em close, evidenciando uma discreta homenagem feita ao mestre Gerry Anderson. E não é que lembram bolas de gude coloridas?

Ainda para reverenciar o mestre Anderson, os produtores optaram por manter o mesmo rosto de Scott Tracy, dublado pelo meu amigo Mauricio Berger. Scott foi um dos poucos a não sofrer grandes modificações faciais, juntamente com Parker.

Na questão bandidagem, o terrível Hood continua a dar muito trabalho.

Entretanto, as mudanças são bem mais evidentes, entre elas, o desaparecimento de Jeff Tracy, lembrado a toda hora por ter morrido em um misterioso acidente fatal. Em termos familiares, a Avó Tracy passa a integrar o clã, sem muita muita expressão na narrativa.

Ainda nas as alterações, o ano da história agora é 2060, Brains, o cientista criador de todos os apetrechos dos Thunderbirds, virou Crânio na versão brasileira, Tin-Tin passa a ser chamada de Tanusha Aka Kayo (Kyra), em função do nome pertencer aqueles que detém o direito autoral sobre As Aventuras de Tintin. Kayo é uma espécie de chefe dos rapazes e esconde um segredo. Ela terá mais força na trama, virará uma nova heroína e ganhará uma linda nave negra, O Thunderbird S. Seu pai, Kyrano, não aparece!

Já que falamos em mulheres no enredo, todos se reportam agora à figura da Coronel Casey, vista principalmente em transmissões por holograma.

E por fim, nossos amigos não usam mais chapéus!

Uma importante correção foi feita, em relação ao Thunderbird 5, que orbitava a Terra e passava importantes informações ao Resgate Internacional. Quem tomava conta deste satélite artificial era John Tracy, trocado esporadicamente por seu irmão Alan. Apesar da falta de gravidade evidente, tanto um quanto o outro apareciam sempre em pé. Agora, quem estiver no comando do engenho espacial, flutuará como acontece normalmente no espaço.

E um detalhe que não me passou despercebido é a nova forma de comunicação entre os integrantes da equipe que estão voando ou em órbita e aqueles que permanecem na ilha. Antigamente, a transmissão de suas imagens aparecia em telas que ficavam em baixo de suas fotografias, dispostas lado a lado na sala do quartel general dos Thunderbirds. Desta vez, seus hologramas surgem projetados a partir de seus olhos e vão parar no centro deste hall, ganhando tridimensionalidade.

No geral, gostei muito do que vi e pretendo gravar todos os episódios da animação. O seriado é super ágil, já que os personagens gerados por computador tem muito mais mobilidade do que os clássicos puppets de Gerry Anderson. A trilha sonora cinematográfica, que conserva apenas trechos da música original na abertura, ajuda a manter o clima e a emoção ao longo dos episódios de aproximadamente 22 minutos de duração.

Senti falta apenas das miniaturas e daquele jeito de fazer tudo sem computador, o que era a verdadeira graça do primeiro Thunderbirds. A gente admirava a trabalheira que dava para reproduzir todos aqueles cenários detalhados à mão. Mesmo assim, não resisti e peguei a minha máquina fotográfica para tirar fotos da tela da TV, enquanto assistia a esta maravilha. Não fazia algo assim desde pequeno! O resultado, você vê abaixo!

Este repaginado Thunderbirds foi realizado por ITV Studios, Pukeko Pictures e Weta Workshop. Este último esteve por trás de O Senhor dos Anéis e As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne, de Steven Spielberg.

Por PH.