No dia 4 de março, saiu o novo álbum de Spirou e Fantásio, de autoria de Yoann e Fabien Vehlmann. Intitulada La Colère du Marsupilami (A Cólera do Marsupilami), a história vem com uma novidade aguardada há anos, já que promete a volta de um querido amigo da dupla.
A sensacional volta do Marsupilami acontece logo depois que a Dupuis recuperou a Marsu Productions e, com ela, o direito de exploração sobre toda a linha criada por Franquin. Na verdade, esta questão editorial foi a verdadeira responsável pelo sumiço temporário do personagem, surgido em 1952, no álbum Os Herdeiros” (Spirou et Les Héritiers). Na trama dessa aventura, Fantásio está para receber uma fortuna deixada por um tio e precisa passar por três desafios na Floresta da Palômbia para levar a herança. Um deles será o de capturar o Marsupilami, um mamífero amarelado, com pintas pretas pelo corpo, cuja espécie põe ovos e possui um rabo enorme e flexível que é quase uma extensão viva de seu ser. O bicho é preso, levado inicialmente para um zoológico na Europa e acaba se tornando amigo inseparável de Spirou e Fantásio, virando personagem constante em suas aventuras. Se acostumou tanto com seu novo lar e companheiros, que nunca mais pensou em regressar à terra natal!
Sacando que muitos leitores novos poderiam não conhecer exatamente a origem e real importância do Marsupilami para a série, os editores resolveram fazer um resumo de 16 volumes da franquia em que a presença da bizarra criatura foi fundamental. O texto, todo ilustrado com fotos e capas, precede a narrativa.
Desta vez, Spirou e Fantásio tem que se render às evidências da foto que viram no fim do número 54 da coleção, conseguidas por Don Contralto, na qual aparecem em um barco, ao lado do Marsupilami, confinado em uma jaula. O problema é que nenhum deles se recorda desses fatos. E o mais estranho é que após anos de ausência de seu fiel colega, sempre que seu nome é citado, a fúria toma conta dos envolvidos na lembrança. Depois de uma breve investigação pela internet, Spirou e Fantásio reencontram Zantáfio no Canadá e o salvam de ser eliminado pela máfia russa, a quem deve dinheiro. Eles o fazem contar tudo o que sabe! O primo inescrupuloso de Fantásio diz que usou a Zorglonda, um aparelho emissor de ondas cerebrais inventado pelo vilão Zorglub, para fazer com que Spirou e Fantásio levassem o Marsupilami de volta à Palômbia, sem se darem conta disso. Assim, ele poderia ser vendido a um milionário local. O problema é que a fera fica furiosa, sentindo-se traída por seus amigos, foge e se perde na selva. Spirou, Fantásio e o esquilo Spip, já bastante enciumado neste ponto da trama, decidem então ir para a Palômbia para resgatar o animal. Mas com os índios Awaks no meio do caminho, um Marsupilami raivoso e um nada confiável guia como Zantáfio, a viagem promete ser bastante tumultuada.
Gostei tanto do que estou lendo em curtos trajetos pelo metrô carioca, que até fiz questão de tirar uma foto em que que apareço inserido neste contexto de muita ação e aventura, conforme a imagem abaixo! O Asterix bordado na minha camisa e a figurine articulada do Marsupilami apareceram como bônus!
La Colère du Marsupilami tem capa dura, 56 páginas, incluindo 8 extras, preço de 10,60 € e a marca da Dupuis. Este quadrinho corresponde ao número 55 da saga e não tem previsão para chegar por aqui. Entretanto, em virtude dos constantes lançamentos nacionais de Spirou pela brasileira SESI-SP, eu acho que a publicação deste tomo pode ser viável em alguns anos. É um dos mais legais dos últimos tempos e conta com a participação especial de seus autores, Yoann e Fabien Vehlmann! Vamos torcer para que dê as caras, um dia, em terras brazucas! É uma pena, entretanto, que eu tenha que gastar tanta saliva para explicar o que é Spirou para a maioria das pessoas e que minhas matérias em geral ainda soem tão estranhas para boa parte dos leitores!
Por PH.
Imagens: © DUPUIS / Yoann / Fabien Vehlmann.
Sensacional a "correção de rumo" que a dupla Yoann e Vehlmann deu para Spirou e Fantásio! Trazer de volta o Marsupilami como se nada tivesse acontecido seria o caminho mais cômodo, e os caras preferiram criar uma trama baseada nos problemas editoriais recém-resolvidos. Parabéns!
Continue fazendo suas apresentações desses e outros personagens franco-belgas. Os brasileiros nem sabem o quanto estão lucrando com sua perseverança, PH Tujaviu! Ainda estou maluco pra ler o outro álbum, do "sniper". Abração!
Abraço para você também, meu caro Giorgio Cappelli. Fiz esta matéria, pensando que seria uma boa forma de explicar o motivo pelo qual o álbum se chamar A "Cólera" do Marsupilami. Obrigado por me incentivar.
Ah, por falar em franco-belga, PH Tujaviu, tem uma cena do álbum O Sulfato Atômico, do Mortadelo e do Salaminho, em que dos vilões também fogem de um jipe arremessado para cima deles.
Giorgio Cappelli Não reparei….