Num ambiente de Pré-História da Europa Central, ainda em uma terra dominada por Mamutes, um destemido guerreiro usa toda sua coragem para salvar sua horda (tribo), os Ghmour, há pelo menos 100.000 anos no passado. Tunga (Tounga) viaja por terras longínquas e encontra outros grupos e nômades diferentes dos seus, alguns bem estranhos.
Em termos de quadrinhos franco-belgas, o semelhante de Tunga é Rahan, criado por Roger Lecureux (texto) e André Chéret (deenhos). Igualmente situadas nos tempos da Pré-História, as narrativas de Raham não possuem muito embasamento científico.
Já nos Estados Unidos, o mais próximo de Tunga que encontramos é Turok, um quadrinho que chegou a sair no Brasil pela Editora O Cruzeiro e pela Ebal, narrando as aventuras de um nativo americano pré-colombiano que convivia com dinossauros no Vale Perdido. Em Tunga, cujo argumento se passa em uma época bem anterior à de Turok, tais répteis, extintos há milhões de anos, não existiam.
A série Tunga foi criada por Édouard Aidans e apareceu no Jornal Tintin entre 1960 e 1970. Seu primeiro volume foi A Horda Maldita, HQ que estou lendo. Esta aventura teve primeira publicação em brochura, no ano de 1965, com apenas 30 páginas. Depois, em 1974, a história foi editada em um álbum cartonado que ganhou nova capa e um total de 46 pranchas.
Em sua trama, o povo de Ghmour é chefiado por Naa-Ghir, enquanto o irmão de Tunga, o caçador Kaoum, é o provável futuro líder do bando. Kaoum faz tudo o que pode para humilhar Tunga, até que um belo dia, durante um confronto entre os dois, sai como perdedor. Tunga, mesmo vitorioso, deixa o clã. Nosso herói se tornará uma espécie de errante, vagando sozinho por territórios desconhecidos. Nessa jornada, encontra Nooum, um deficiente que foi expulso da horda de Ghmour, e Aramh, seu tigre–dentes-de-sabre. Mais tarde, Tunga e seus novos companheiros voltam à horda como vitoriosos, apesar das tramoias do feiticeiro Ghoor para que isto não aconteça, e os dois irmãos rivais se reconciliam. Na segunda história, intitulada Naoum, o Manco, conta-se em retrospectiva como foi o encontro de Nooum com seu tigre.
A única aventura de Tunga publicada no Brasil foi No antro da morte, de 1969. Saiu em alguns dos únicos 26 números do Jornal Tintin nacional, conforme foto abaixo.
Por PH.
Que viagem! Mais um quadrinho que vai me deixar na vontade.