Quadrinhos

Conferimos “O Coração do Cão Negro Vol.1”, um conto épico em quadrinhos, como há muito tempo não se via no Brasil

Escrito por PH

20160330_094224Um conto épico em quadrinhos, como há muito não se via no Brasil, desenvolvido por artistas nacionais. Essa é a minha opinião sobre O Coração do Cão Negro: Vol. 1, último lançamento da Avec, editora pela qual serei o responsável pela tradução de January Jones: Corrida contra a morte e As Aventuras de Ricardo Castillo: A Terra Prometida.

Não é por estar envolvido com os arrojados projetos da empresa, decidida a editar material de extrema qualidade por aqui, que não deva opinar sobre um trabalho magnífico. Como estou acostumado, desde pequeno, a apreciar a boa banda desenhada franco-belga, posso dizer que esta HQ se superou. E não é só pelos exuberantes desenhos de Fred Rubim e pelo texto rico e preciso de Cesar Alcázar que me manifesto de maneira empolgada. A luxuosa apresentação do volume também contou para minhas considerações a respeito da obra. O Coração do Cão Negro tem uma qualidade absurda e sua estampa em brochura nos remete a um quadrinho em capa dura. Segure O Cão Negro nas mãos, folheie um pouco suas páginas e terá uma sensação parecida. O tratamento é de livro! Me desculpem os que não ligam para isso, mas um projeto gráfico de gabarito e papel de qualidade superior fazem toda a diferença.

Anrath é praticamente uma lenda viva! Mercenário irlandês, ele é igualmente conhecido como o Cão Negro de Clontarf. Forte, truculento, venerado, temido e odiado, ele é uma figura controversa e perturbada. Em vez da tradicional aparência nórdica dos vikings, o povo que o criou, possui cabelos negros. Na verdade, Anrath é gaélico de origem. A trama tem origem quando nosso herói é contratado pelo misterioso Inglês para achar o Coração de Tadg, um medalhão que o Cão Negro acaba encontrando em uma tumba e que lhe dará muitos problemas. Na hora de ser pago pelo serviço, é aprisionado e levado ao encontro de Ild Vuur, um viking que deseja vingança por uma morte que aconteceu no passado e que teria ligação com Anrath. Logo, o guerreiro descobre que ele está ali na verdade para participar de uma arriscada missão em busca de um tesouro perdido. A misteriosa empreitada necessitará ainda de um sacrifício humano.

Ler esta história e não se recordar de Thorgal, personagem europeu criado por Jean Van Hamme e Grzegorz Rosinski. é impossível! Elementos de Western em O Coração do Cão Negro me lembraram Jerry Spring, de Jijé, enquanto o traço de Rubim parece flertar com o de Mike Mignola, mestre que está por trás de HELLBOY. E quanto ao nome do escritor desta maravilha, seria este uma homenagem ao General Alcazar, personagem de As Aventuras de Tintin? Por falar nos autores, eles parecem descritos e devidamente caricaturados no fim, após 64 páginas de ação, sangue, aventura e linguagem cinematográfica! É muita coisa boa em uma única HQ! Depois de lermos algo assim, a vontade imediata é a de guardarmos o “mimo” na prateleira da estante, como se fosse um troféu de coleção! Parabéns, Artur Vecchi!

No metrô do Rio de Janeiro, enquanto devorava O Coração do Cão Negro, fui transportado no tempo para um mundo fantástico! Me envolvi tanto com a narrativa, que quase passei da estação em que deveria saltar!

Não perca!

Por PH.

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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