Em seu primeiro quadrinho em 2016, a Editora Nemo lança um título do selo inglês SelfMadeHero. É a adaptação de Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice), livro da escritora britânica Jane Austin, publicado em 1813.
A HQ original chegou em 2011 e faz agora sua estreia nas livrarias brasileira, trazendo uma história de época e desenhada no traço bem moderno de Robert Deas, um veterano de adaptações literárias, que já teve trabalhos publicados pela IDW. O estilo que ele usou para realizar esta graphic novel não é exatamente o do mangá, mas percebemos pelos olhos dos personagens, algum flerte com o gênero. Talvez não seja à toa, já que a primeira obra do desenhista foi November, apresentada na compilação Best New Manga 2. Deas também é o autor de Manga Shakespeare: Macbeth. Ou seja, ele realmente usa toda essa influência japonesa no visual final que imprime a suas pranchas.
O escritor que transpôs Orgulho e Preconceito para a Arte Sequencial foi Ian Edginton, um dos mais conhecidos roteiristas do Reino Unido e que já trabalhou para a Paramount, Lucasfilm e 20th Century Fox.
No século XIX, a mulher era praticamente destinada a ser mãe e esposa. Um casamento com um bom partido poderia trazer alianças políticas e financeiras vitais para a família de uma moça prendada. Por isso, os jovens ricos da época eram bastante valorizados e disputados a tapa. Os famosos bailes destinados à nata da sociedade eram ocasiões importantes, nos quais as filhas dos nobres eram formalmente apresentadas à Corte e poderiam virar objeto de interesse por parte de abastados recém formados e com renda invejável. Neste ambiente totalmente casamenteiro, cinco irmãs da família Benett foram educadas a assegurar seu futuro monetário com uma boa união, independentemente de questões relacionadas a romance. Uma das garotas, entretanto, não pensa exatamente assim! Trata-se de Elisabeth, a segunda das meninas e preferida de seu pai, uma jovem que adora ler e que possui opiniões próprias. Um belo dia, a mansão de NetherField Park é alugada pelo Senhor Bingley, um rapaz que logo vira o centro das atenções da mãe das donzelas. Quanto finalmente é introduzido às beldades sedentas por um futuro marido influente, Bingley está acompanhado por um grande amigo, o Senhor Darcy, mais endinheirado ainda do que ele. Darcy, tido como extremamente orgulhoso e difícil de ser seduzido, se encanta por Elisabeth, mas prefere deixar seu interesse camuflado. Não é fácil para ele abrir mão de seu jeito extremamente solene e encarar seus sentimentos. Começamos então a torcer para que estes dois, que parecem não se entender a princípio, engatem uma relação que passe bem longe das conveniências sociais e dos infelizes matrimônios arrumados. É uma divertida história de amor que faz com que a Editora Nemo entre o ano com o pé direito!
No começo do livro há uma galeria de personagens que me lembrou a tradicional introdução azul dos álbuns de Tintin.
Por PH.
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