Leo Pulp é uma série de HQs italianas que foi lançada em três edições em 2001. No Brasil, todo esse material foi condensado em dois volumes, no ano de 2010, pela Mythos. E foi aí que começaram os problemas de um quadrinho tão bacana e que chegou à mão do leitor nacional no lamentável formato de 13,5 x 17,5 cm. Como se não bastasse o tamanho pequeno da publicação, seu miolo teve confecção num papel de péssima qualidade. Imagine então o que aconteceria com uma saga policial concebida para o formato de álbum europeu, com todo o luxo devido, e que acabou virando um gibi minúsculo, numa impressão semelhante a das antigas revistas da Bloch. E parece que este fiasco não foi percebido por muitos, já que conheço poucos que se lembrem de Leo Pulp.
Neste começo de 2016, tive meu primeiro contado com o fumetto de Claudio Nizzi (texto) e Massimo Bonfatti (arte). Comecei por Leo Pulp: Detetive Particular número 1, com 148 páginas, que contou com O Sumiço de Amanda Cross e Os Crimes de Sunset Boulevard. Não precisa nem dizer que os argumentos são todos ambientados numa glamourosa Los Angeles, do começo do século XX, do tempo em que o cinema e os astros de Holywood dominavam as manchetes dos tabloides sensacionalistas.
Na primeira história, o canastrão e narigudo investigador das estrelas, a pedido de um pai preocupado, tenta localizar um aprendiz de escritor que desapareceu. O sumiço está ligado à máfia e também passa pelo mundo dos atores e atrizes mais famosas das telonas da época. A reconstrução de L.A é minuciosa e Bonfatti desenha como ninguém os carros, vestuário, mansões e prédios daqueles tempos, além de fazer uma salada com os nomes dos artistas mais famosos do passado. Seu contato na polícia é o Capitão Nick Tracy, que Leo insiste em chamar de Dick, numa alusão clara ao mais popular detetive das tiras de jornal. Nick, aliás, é a cara de Dick Tracy!
É uma pena, como disse anteriormente, que um trabalho tão especial tenha sido destruído, ao ser drasticamente reduzido, fazendo com que muitos detalhes do rico cenário se perdessem. Penso nas horas em que Massimo Bonfatti perdeu para desenhar cada elemento das magníficas pranchas de Leo Pulp e que ficaram irreconhecíveis nesta safada edição brasileira. Para ser sincero, apesar da qualidade inegável do quadrinho, não me animei a ler a trama seguinte, nem o segundo tomo da coleção. Embalagem conta! Uma capa dura e um couchê fariam uma bela diferença nessa hora!
Por PH.
Arrasando mais uma vez! Parabéns!!!!
Gostei da crítica. Pensar nas horas que o desenhista empregou é típico de quem leva em conta o humano que está por trás de uma obra, ao contrário de muitos pseudo-entendedores que proliferam na internet e só servem à bajulação de seus protegidinhos.
"(…) impressão semelhante a das antigas revistas da Bloch." Meu, você realmente ficou FURIOSO com esse material! No Leo Pulp, as cores estão escurecidas, ao passo que nas HQs da Bloch usava-se cor pura e chapada. Típico de quem está começando a aprender a trabalhar uma tecnologia pouco conhecida.
Concordo com você que formatinho e descaso com a produção gráfica comprometem qualquer obra. Coisas do mercado nacional.
Mas tente não ligar pra isso, vá a um lugar calmo e muito bem iluminado e arrisque ler as outras histórias. Depois, junte-se a mim numa corrente torcendo para conseguir comprar Leo Pulp em maiores dimensões, seja em francês, espanhol ou português.
Para ser justo, Leo Pulp foi criado para ser publicado no formato Bonelli, apenas um pouco maior do que esse (16 x 21cm) – e definitivamente não em papel couchê ou capa dura, embora a Bonelli use um papel um pouco melhor do que o das edições brasileiras.
Autalmente existe uma edição de luxo italiana em formato maior (21 x 28 com) e, imagino, papel melhor (capa mole ainda):
http://www.amazon.it/scomparsa-Amanda-Cross-Leo-Pulp/dp/888843545X/
Obrigado, Pedro. Mas não pude deixar de criticar. Uma obra dessa, com tantos detalhes visuais, não poderia jamais ser publicada em formato pequeno, na Itália ou no Brasil. O próprio tamanho italiano original já seria melhor. Na minha opinião, essa edição de luxo de que fala, fez um pouco de justiça à série. De qualquer maneira, atento ao que você disse, mudei o título do post para "Leo Pulp, o Detetive Particular de Holywood" e sua pequena edição que não faz jus ao herói criado por Claudio Nizzi e Massimo Bonfatti.
Obrigado, Pedro. Mas não pude deixar de criticar. Uma obra dessa, com tantos detalhes visuais, não poderia jamais ser publicada em formato pequeno, na Itália ou no Brasil. O próprio tamanho italiano original já seria melhor. Na minha opinião, essa edição de luxo de que fala, fez um pouco de justiça à série. De qualquer maneira, atento ao que você disse, mudei o título do post para "Leo Pulp, o Detetive Particular de Holywood" e sua pequena edição que não faz jus ao herói criado por Claudio Nizzi e Massimo Bonfatti.
Dica do Pedro Bouça para uma edição melhor: http://www.amazon.it/scomparsa-Amanda-Cross-Leo-Pulp/dp/888843545X/