O trigésimo sexto álbum das aventuras de Asterix teve lançamento simultâneo em todo o mundo no último dia 22 de outubro de 2015. Por aqui, chegou no dia 30 do mesmo mês.
No comando desta nova história, estão os talentosos JEAN-YVES FERRI (roteirista) e DIDIER CONRAD (arte), os novos artistas que foram encarregados por Albert Uderzo de dar nova vida a Asterix. Eles já o haviam feito com sucesso, em Asterix e os Pictos, HQ que vendeu mais de 5,4 milhões de álbuns em 24 línguas e dialetos, se mantendo com o grande acontecimento editorial do ano de 2013.
Sob uma pífia supervisão do criador da franquia, que admira bastante o trabalho de seus pupilos, Ferri e Conrad serão os pais de Asterix e Obelix por muitos anos, continuando com um fantástico negócio que ultrapassa em muito as fronteiras da França.
O novo Asterix: O Papiro de César convence de cara. Seus autores resolveram colocar a trama envolta em temas que tenham a ver com nossa atualidade. Nada poderia ser melhor do que mencionar a maquiagem que determinados políticos fazem de suas administrações, enganando o povo com realizações e números inconsistentes e mentirosos. E quando algum documento sigiloso de algum governo vaza para o público, as consequências são desastrosas para determinados países. Pensando nisso, a história flerta com a maneira furtiva de agir do WikiLeaks, uma organização sediada na Suécia que publica material extraviado de grandes potências. A principal figura do WikiLeaks é o ativista Julian Sange. Tudo começa, quando Júlio César decide publicar um livro com seus feitos imperialistas. O conselheiro Bônus Promocionus dá a ideia de que ele suprima a parte que mostra que ele não conseguiu conquistar toda a Gália, restando a aldeia de Asterix para ser anexada a seus territórios. O problema é que o documento some e vai parar na mão do repórter Superpolemix, que o entrega aos gauleses. Para evitar que se perca de vez, se voltar às mãos dos romanos, Asterix, Obelix, Ideiafix e Panoramix vão procurar um druida que possa memorizar seu conteúdo, já que os gauleses possuíam uma tradição oral muito presente em sua cultura. A escrita não era seu ponto forte! Enquanto isso, Promocionus não medirá esforços para evitar que o vazamento de informações chegue aos ouvidos de César.
Não vou contar mais, para não estragar a surpresa de quem desejar ler a HQ. Só posso dizer que foi a melhor aventura desta saga, que começou em 1959, que li nos últimos tempos. Seu nível de argumento se encontra num nível próximo daquelas que eram escritas pela dupla Goscinny e Uderzo, cheio de piadas inteligentes e críticas à sociedade. É melhor, inclusive, do que o anterior Asterix entre os Pictos, também de Ferri e Conrad! O final é surpreendente, alterando o tradicional desfecho da última página, no qual todos os habitantes da aldeia celebram o sucesso da aventura em um grande banquete! Como curiosidade, o personagem Bônus Promocionus recebeu o nome de Bônus Vendetudus em Portugal!
Asterix: O Papiro de César é mais um lançamento da Editora Record. Tem formato de álbum, possui capa em brochura e preço de R$ 30,00.
Por PH.
Gostei da resenha! Me abana que tô passando mal! E muito sedutor,Que sensibilidade.Ameiii!