The Adventures of Julius Chancer: The Rainbow Orchid (As Aventuras de Julius Chancer: A Orquídea Arco-Íris), surgiu pela primeira vez, em 1997 na revista Cherokee Comics’ Imagineers. Muito próxima da atmosfera dos filmes de Indiana Jones e inspirada no estilo Linha Clara, The Rainbow Orchid é influenciada pela arte de Edgar Pierre Jacobs (Blake e Mortimer). Sua narrativa se passa nos anos 1920 e começa na Inglaterra, quando Julius Chancer, assistente de Sir Alfred Gatesby-Grey, organiza uma épica viagem que buscará pela misteriosa Orquídea Arco-Íris, mítica flor que teria sido mencionada pela última vez, em citação do filósofo grego Teofrasto. Achar a planta será crucial para que Julius possa ajudar um milionário a ganhar o Concurso de Orquídeas de Wembley e evitar que este fique pobre. História, drama, ação e lenda estão presentes em The Rainbow Orchid. A saga é uma criação do artista britânico Garen Ewing, um grande fã de Hergé, o pai de Tintin. O quadrinista concedeu uma atenciosa entrevista ao Tujaviu, publicada a seguir. Para facilitar a compreensão do texto, fora do Brasil, manteremos as respostas dadas pelo artista, em inglês, e as incluiremos também em francês. Nós agradecemos a Garen pela sua atenção.
You are a British author of comics who lives far from of the Franco-Belgian axis of comics, but your kind of work is very similar to the aesthetic of this universe. How did it happen and why did you choose the Clean Line style?
Você é um autor britânico de quadrinhos que mora longe do eixo franco-belga das HQs, mas seu tipo de trabalho é muito similar à estética deste universo. Como isso aconteceu e qual o motivo de ter escolhido o estilo Ligne Claire?
Vous êtes un auteur britannique de bande dessiné qui habite loin de l’axe de la bande dessinée franco-belge, mais votre style de travail est très proche de l’esthétique de cet univers. Comment ça s’est passé et quelle est la raison pour laquelle vous avez choisi la Ligne Claire?
Well, the UK is not really that far from France, Belgium and Holland where ligne claire comics were born and are still very popular, but you’re right, these kind of albums never really got a foothold in my country – the only one to do so was Tintin, with Asterix being the other big European import. As a child of 6 or 7 years old I absolutely loved Asterix and Tintin, and I wanted more of that kind of album – but there wasn’t anything. I loved many British comics too, but nothing has eclipsed my love of Franco-Belgian albums, and eventually visiting the European mainland opened up a whole world of characters and titles that I wasn’t previously aware of. I chose to work in that style myself because I found making comics very hard work, and I wanted to make sure all that work was going into something I really enjoyed – so I put together all the things I had a passion for: adventure stories, history and Franco-Belgian comics, and The Rainbow Orchid was born.
Bem, o Reino Unido não é exatamente tão longe da França, Bélgica e Holanda, onde os quadrinhos de Linha Clara nasceram e onde ainda são muito populares, mas você está certo. Este formato de álbum nunca chegou a ter realmente uma presença expressiva em meu país. O único a fazer isso foi Tintin, junto com Asterix sendo um outro grande carro chefe europeu. Quando eu era uma criança de 6 ou 7 anos, eu amava bastante Tintin e eu queria mais daquele tipo de álbum, mas não havia nada disponível. Eu gostava de muitas HQs inglesas, mas nada ofuscava meu amor pelos quadrinhos franco-belgas. Eventualmente, visitando o continente europeu, um mundo de personagens e títulos que eu não conhecia se abria para mim. Eu mesmo escolhi trabalhar com este estilo, pois eu penso que quadrinhos representam um trabalho muito difícil e eu desejava ter certeza de que todo o esforço fosse na direção de algo que eu realmente apreciasse. Então, eu reuni todas as coisas pelas quais eu tinha paixão, como por exemplo: contos aventureiros, história e quadrinhos franco-belgas. Foi assim que nasceu The Rainbow Orchid nasceu.
En verité, le Royaume-Uni n’est pas exactement aussi loin de la France, Belgique et Hollande, des pays où la bande dessinée Ligne Claire est née et où elle est encore très populaire, mais vous avez raison. Ce format de d’album n’est vraiment jamais occupé une position dominante en Angleterre. Le seul à pouvoir le faire a été Tintin, à cote d’Asterix comme un autre grand chef-d’oeuvre européen. Quand j’était un enfant de six ou sept ans, j’aimais bien Tintin et je voulais plus de ce genre d’albums, mais il n’y avait rien disponible en vente. J’appreciait de nombreux comics britanniques, mais rien a obscurci mon amour pour la bande dessinée franco-belge. Finalement, en visitant le continent européen, un monde de personnages et de titres qui je ne connaissais pas surgissait. J’ai même choisi de travailler avec ce style, parce que je pense que la bande dessinée demande un travail énorme et je voulais m’assurer que tous les efforts dans cette direction étaient conduits dans le sens de quelque chose que j’appréciait vraiment. Alors, j’ai mis en place toutes les choses que j’aime bien, comme par exemple: les contes d’aventure, l’histoire et la bande dessinée franco-belge. C’est ainsi qu’est née L’Orchidée Arc-en-ciel.
Among Hergé, Edgar Pierre Jacobs and Floc’h, which one of these artists served you as a reference to your work?
Entre Hergé, Edgar Pierre Jacobs e Floc’h, qual destes artistas serviu de referência para seu trabalho?
Parmi Hergé, Edgar Pierre Jacobs et Floc’h, lequel avez-vous choisi comme référence pour votre travail?
Hergé formed the basis for my interest in ligne claire, but it was seeing the work of Edgar P. Jacobs that really got me excited about working in that style myself. Floc’h is someone whose art I came to much later, after I’d already been drawing that way for a while.
Hergé formou a base do meu interesse pela Ligne Claire, mas foi vendo a obra de Edgar Pierre Jacobs que eu realmente me empolguei em trabalhar neste estilo por mim mesmo. Floc’h é alguém cuja a arte eu entrei em contato muito mais tarde, depois que já seguia por este caminho.
Hergé a constitué la base de mon intérêt pour la Ligne Claire, mais en voyant le travail d’Edgar Pierre Jacobs, Je me suis intéressé à travailler avec ce style. Floc’h est quelqu’un dont l’art j’ai contacté beaucoup plus tard, après avoir été déjà suivi ce chemin
What does Tintin mean to you?
O que significa Tintin para você?
Qu’est-ce que Tintin signifie pour vous?
Tintin is the height of comic strip excellence, both in storytelling and draughtsmanship. The research, the attention to detail, the clarity, the amount of work put into each album are all an inspiration. Tintin has been in my life for almost as long as I can remember. As a child I had to spend a lot of time in hospital, and Tintin and Asterix books were my constant companions.
Tintin é a excelência dos quadrinhos, tanto na narrativa como no desenho. A pesquisa, a atenção ao detalhe, a clareza e a quantidade de trabalho colocado em cada álbum são todos uma fonte de inspiração. Tintin tem estado na minha vida por quase tanto tempo quanto eu possa me lembrar. Quando criança, eu costumava passar muito tempo no hospital e Tintin e Asterix eram minhas companhias constantes.
Tintin est la crème de la crème en matière de BD, tant sur le plan du scénario que sur celui du dessin. La recherche, l’attention au détail, la clarté et la quantité de travail mise en chaque album sont tous une source d’inspiration. Il ya longtemps que Tintin est dans ma vie, aussi loin que je m’en souvienne. Quand j’étais enfant, je passais beaucoup de temps à l’hôpital et Tintin et Astérix étaient mes compagnons.
Are Blake and Mortimer in the essence of Julius Chancer?
Blake e Mortimer estão na essência de Julius Chancer?
Blake et Mortimer sont l’essence de Julius Chancer?
Yes, I think so. Julius Chancer is not as cartoony as Tintin, and perhaps doesn’t contain quite as much comedy, so it may be closer to Jacobs – a bit more serious.
Eu acho que sim. Julius Chancer não é tão caricato quanto Tintin e talvez não contenha tanta comédia. Então, deve estar mais próximo de Jacobs, um pouco mais sério.
Are you in touch with French and Belgian comic book artists?
Está em contato com artistas de quadrinhos franco-belgas?
Êtes-vous en contact avec des artistes de la bande dessinée franco-belge?
Yes, a handful, though I can’t claim to know any very well. One problem with us English is we’re not very good at learning other languages – a lot of Europeans speak English really well, and we’re lazy! So, there is a language barrier. But having my work translated into Dutch, Spanish, French and German has given me the opportunity to travel and meet some amazing European artists, and that’s been a great thrill. They’ve been very supportive and welcoming to the scene, despite me being an outsider playing in their playground.
Sim, com vários, embora eu não possa afirmar que conheça nenhum deles muito bem. Um problema conosco, os ingleses, é que não somos muito bons em aprender outros idiomas. Muitos europeus falam inglês muito bem e nós somos preguiçosos. Então, a língua é uma barreira. Mas ter meu trabalho traduzido em holandês, espanhol, francês e alemão tem me dado a oportunidade de viajar e encontar alguns impressionantes artistas europeus e isso tem sido emocionante. Eles tem me fornecido apoio, me dando as boas vindas nessa área, apesar de um forasteiro brincando no seu território.
Indiana Jones has directly influenced The Rainbow Orchid?
Indiana Jones influenciou diretamente em The Rainbow Orchid?
Indiana Jones a influencé directement The Rainbow Orchid??
Not consciously, but I saw ‘Raiders of the Lost Ark’ when it was released in 1981 and it certainly made a big impression on me, so I expect it had more of an influence than I was aware of at first.
Não conscientemente, mas eu assisti a Caçadores da Arca Perdida, quando foi lançado em 1981, e certamente me impressionou bastante, por isso, acho que acabou me influenciando mais do que imaginava.
Pas consciemment, mais j’ai vu Les aventuriers de l’arche perdue quand il a été exhibé en 1981, et certainement ça m’avez beaucoup impressionnée, donc je pense que cela finit par me influencer beaucoup plus que ce que j’imaginais.
Do you think that the facial features of Julius Chancer give him an androgynous approach?
Acha que o desenho do rosto de Julius Chancer não dá a ele um certo caráter andrógino?
Trouvez-vous que le dessin de la face de Julius Chancer lui donne un certain caractère androgyne?
Yes – particularly in my earlier drawings of him. I didn’t want him to be a typical macho hero, but there may also have been something of the 1920s film star about him – when ideal men were a bit prettier and less rugged! He has evolved a bit since then though.
Sim, particularmente nos meus primeiros desenhos dele. Eu não queria fazer dele um típico herói machão, mas também deve ter algo com os astros dos filmes dos anos 1920, quando os homens ideais eram ligeiramente mais bonitos e menos durões. Ele evoluiu um pouco, desde então.
Oui, en particulier dans mes premiers dessins de lui. Je ne voulais pas créer un héros macho typique, mais il y a bien eu aussi quelque rapport avec les stars des films des années 1920, quand les hommes idéaux étaient un peu plus beaux et moins rudes. il a évolué un petit peu ces derniers temps.
Are there any plans for a sequel to The Rainbow Orchid saga?
Existem planos para uma sequência de The Rainbow Orchid?
Il ya des plans pour une suite de The Rainbow Orchid?
Yes – I’m working on it now. It’s all plotted, scripting is under way, and I’m about to start the drawing any day now. It sees Julius Chancer travelling to a lost island in the Indian Ocean seeking a mysterious ancient stone with strange powers.
Sim. Eu estou trabalhando nisso agora. Está tudo alinhavado, com o script em curso, e estou prestes a começar a desenhar a qualquer momento. Veremos Julius Chancer viajar para uma ilha perdida no Oceano Índico, em busca de uma antiga pedra misteriosa com poderes estranhos.
Oui. actuellement, je travaille sur ce projet. Tout est en cours, avec le développement du scénario, et je suis sur le point de commencer à dessiner à tout moment. Nous verrons Julius Chancer se lancer dans une aventure dans l’océan Indien à la recherche d’une ancienne et mystérieuse pierre avec d’étranges pouvoirs.
When will The Secret of the Samurai be released on album?
Quando The Secret of the Samurai será lançado em álbum?
Quand The Secret of the Samurai sera édité en album?
The Secret of the Samurai was a short story, only 20 pages, done for a weekly comic here in the UK called The Phoenix, so it’s not long enough for an album. But I’d love to rework it as an album-length story, I think it could work quite well. I don’t know if that will ever happen though!
The Secret of the Samurai foi uma estória curta, apenas 20 páginas, feita para uma revista semanal aqui do Reino Unido, chamada The Phoenix. Então, não é muito para um álbum, mas eu adoraria refazê-la como parte de um volume. Eu acho que funcionaria muito bem, embora eu não saiba se isso vai acontecer.
The Secret of the Samurai était une histoire courte, seulement 20 pages, réalisé pour un magazine hebdomadaire, paru ici au Royaume-Uni, intitulé The Phoenix. Donc, ce n’est pas beaucoup pour un album, mais je serais ravi de le refaire pour un album. Je pense que cela pourrait fonctionner assez bien, même si je ne sais pas si cela va se produire effectivement.
Could you tell us about your comics work, before doing The Rainbow Orchid?
Poderia nos contar sobre seu trabalho como quadrinista, antes de realizar The Rainbow Orchid?
Pourriez-vous nous dire à propos de votre travail avec la bande dessinée, avant de réaliser The Rainbow Orchid?
I spent a long time doing a sort of science-fiction/fantasy strip called The Realm of the Sorceress which appeared in a number of fanzines in the 80s and early 90s. I did a comedy/music comic called Captain Powerchord for a local entertainments guide, and I did a comic strip adaptation of William Shakespeare’s The Tempest. Lots of other stuff too, but those are the main things.
Eu passei muito tempo fazendo uma espécie de ficção científica/fantasia, chamada The Realm of the Sorceress, que apareceu em alguns fanzines nos anos 1980 e começo da década de 1990. Eu fiz um quadrinho humorístico, intitulado Captain Powerchord, para um guia local de entretenimento e eu realizei uma adaptação em HQ para A Tempestade, de William Shakespeare, além de vários outros trabalhos, mas essas foram as coisas principais.
J’ai passé beaucoup de temps à faire une sorte de science-fiction/ fantastique appelé The Realm of the Sorceress, qui est apparu dans quelques fanzines dans les années 1980 et au début des années 1990. J’ai fait une bandes dessinées humoristiques, intitulé Captain Powerchord, pour un guide local d’événements et j’ai réalisé une adaptation en BD de La Tempête, de William Shakespeare, et plusieurs autres ouvrages, mais ces sont les principaux points énumérés.
Do you think that, one day, The Rainbow Orchid may go to the movies?
Você acha que, um dia, The Rainbow Orchid possa ir para o cinema?
La série The Rainbow Orchid sera-t-elle adapté au cinéma?
There have been a couple of enquiries but I would be genuinely surprised if anything actually came of it. I think The Rainbow Orchid is in similar territory to Indiana Jones and Tintin, both big movie franchises now. But you never know – I think it would work well on screen, but I’m happy for it to remain as a comic, that’s what I’m most interested in.
Tem havido alguma movimentação neste sentido, mas eu ficaria surpreso se algo realmente acontecesse. Eu acho que The Raibow Orchid é um pouco similar a Indiana Jones e Tintin, ambos se tornando grandes franquias atualmente. Mas a gente nunca sabe. Eu penso que funcionaria bem na tela, mas eu fico feliz que continue como um quadrinho. É nisso que estou mais interessado.
Il a eu une certaine évolution dans ce sens, mais je serais surpris si quelque chose se produisait par rapport à ce sujet. Je pense que The Raibow The Orchid est un peu similaire à Indiana Jones et Tintin, deux franchises qui réussitent actuellement. Mais vous ne savez jamais vraiment……. Je pense que ce serait bien travailler à l’écran, mais je suis heureux de rester comme une bande dessinée. C’est ce qui m’intéresse le plus.
The Rainbow Orchid also exists Dutch, Spanish, French and German. Are there any plans to release the saga in Brazil or in Portugal?
The Rainbow Orchid também existe em holandês, espanhol, francês e alemão. Existem planos para lançar a saga no Brasil ou em Portugal?
The Rainbow Orchid existe aussi en néerlandais, espagnol, français et allemand. Il ya des plans pour publier la saga au Brésil ou au Portugal?
Not that I know of. The Rainbow Orchid has been out a few years now, and things have slowed down a little on the translations front. It’s just the first book though, and the second adventure will be stronger, both in art and writing, so I hope that may create more interest further afield, perhaps for The Rainbow Orchid again as well.
Não que eu saiba. The Rainbow Orchid saiu há alguns anos e as coisas tem ficado lentas no front das traduções. É apenas o primeiro livro, porém, a segunda aventura será mais impactante, tanto na arte como no texto. Por isso, espero que possa criar, novamente, mais interesse para o futuro de The Raibow Orchid.
Pas que je sache. The Rainbow Orchid est sortie il ya quelques années et les choses sont devenues lentes par rapport aux traductions. C’est juste le premier livre, cependant, la deuxième aventure sera plus percutant, tant sur le plan du dessin que sur celui du scénario. J’espère donc que tout cela puisse créer, une nouvelle fois, plus d’intérêt pour The Orchid Raibow dans l’avenir.
Do you know any Brazilian comic book artist?
Você conhece algum artista brasileiro de HQs?
Connaissez-vous des artistes brésiliens de la bande dessinée?
Not personally, I’m sorry to say, but I’m a big fan of Léo (Luiz Eduardo de Oliveira) and his Aldebaran series – it’s really wonderful, one of my favourites.
Não pessoalmente, sinto muito em dizer, mas eu sou um grande fã de Léo (Luiz Eduardo de Oliveira) e suas séries de Aldebaran. É realmente maravilhosa, uma de minhas favoritas.
Pas personnellement, Je suis désolé de vous dire, mais je suis un grand admirateur de Léo (Luiz Eduardo de Oliveira) et de Les Mondes d’Aldébaran. C’est vraiment merveilleuse, une de mes favorites.
A seguir, veja algumas imagens enviadas por Garen Ewing para esta entrevista. A última mostra um desenho exclusivo que o artista fez para nosso site, exibindo o rosto de Julius Chancer.
Traduction and french version: PH.
Tradução do inglês para o português e versão em francês: PH.
Traduction et version française: PH.
Nossa que entrevista maravilhosa imagino o trabalho que deu traduzir para os três idiomas a entrevista dele, já estava na expectativa desde cedo ficou maravilhosa!
Mto legal os pots e entrevista do site, sempre cheios de novidades vocês continuam arrasando nas matérias.