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Eu não sou ele.

Escrito por PH

Não sabia bem em que tipo de profissional eu poderia me transformar um dia. Estes eram os pensamentos que me dominavam na primeira metade da década de 80. É uma dúvida bem comum quando ainda não temos certeza quanto à nossa vocação profissional. Muitos, inclusive, nem tem tempo para descobrir o que querem de verdade e acabam deixando a vida os levar. Em 1985, eu estudava Arquitetura na UFF e por mais que fosse um curso que lidasse com criatividade, tinha muita Matemática. Não tenho vergonha de dizer que fui reprovado em Cálculo 1 por três vezes, num período de um ano e seis meses. Logo vi que não poderia jamais, me tornar aquele careta, porém simpático engravatado da ilustração que eu mesmo criara. Nunca fui dado a formalismos e desejava algo bem diferente para mim. Paletó sempre me pareceu uma coisa impensável. Depois de estudar Construção Naval no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, cursar Programação Visual, Desenho Industrial e Jornalismo na Faculdade da Cidade e estudar inglês e francês por longos anos, cada vez eu ia ficando mais distante daquele burocrático senhor do desenho. Fazer o quê? Nem todo mundo tem que ter uma vida tradicional e certinha e além do mais, existem muitas profissões diferentes por aí e que são também necessárias à nossa sociedade. Acabei me tornando locutor de rádio, profissão que exerço com muito carinho desde 1986. Também sou rádio-ator e programador musical na emissora na qual trabalho, a nativa FM. E sabe qual é o melhor de tudo isto? Não vou parar por aí não. Virei blogueiro e acho que ainda vem muito mais no futuro. Realmente, eu não sou ele. Não me tornei o cara da foto. Seria isto tão ruim?

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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