Quadrinhos

A lacuna dos Quadrinhos Europeus no Brasil.

Escrito por PH

É uma pena, mas se perguntarmos à maioria dos brasileiros, se conhecem os livros da foto, a resposta deverá ser negativa. Para se ter uma idéia do absurdo, são Quadrinhos de um dos mais renomados desenhistas europeus da Banda Desenhada Franco-belga da atualidade. Ele mesmo, Hermann, cujo trabalho, apareceu pela primeira vez, em janeiro de 1966, nas páginas da Revista Tintin. Desenhista de séries famosas como Bernard Prince, Jeremiah e Jugurtha, faz atualmente, uma bem sucedida parceria com seu filho Yves H. Hermann, inclusive, está a preparar, sozinho, mais um volume da série Bernard Prince. Todos estes gibis de capa dura, foram editados em Portugal pela Editora Vitamina BD e achá-los por aqui é uma tarefa quase impossível. Olhando para estas capas e para várias publicações importadas que tenho em casa, me perguntei qual poderia ser o bloqueio do mercado editorial brasileiro de Revistas em Quadrinhos, a personagens que não vestem capa ou saem voando por aí? Esta matéria não tem a mínima intenção de minimizar ou desprezar o sucesso que os super-heróis de editoras como a Marvel Comics ou DC Comics fazem, não só aqui, como no mundo todo. Eles tem o seu mérito e seu êxito não foi construído da noite para o dia. Ao longo de muitos anos, souberam conquistar seu merecido espaço junto ao leitor do Brasil. Achamos, entretanto, que existe espaço para todos e já estamos cansados de tantas iniciativas que perderam força, no campo dos Quadrinhos Europeus em nosso país. A última que lembro, aconteceu quando os trabalhos do brasileiro Leo (Aldebaran, Betelgeuse e Antares) e de William Vance (XIII), simplesmente, deixaram de ser publicados pela Panini. Seria falta de interesse do público? Pouca vendagem? Talvez, a forma como estes gibis são lançados, sem a mínima publicidade, não desperte a curiosidade do público brasileiro, nada acostumado a álbuns em capa dura e falando de uma temática bem diferente daquela levada há anos a fio nas bancas de jornais. É preciso, mais do que nunca, reforçar o conceito de Gibi vendido em livrarias. Será que o exemplo da extinta Meribérica, a única editora portuguesa a se lançar com mais força no mercado nacional, jamais será seguida por outro editor lusitano ou tupiniquim? Lembramos que o brasileiro é um dos povos mais criativos do mundo e nossos consumidores de HQ, saberão apreciar tudo que tenha qualidade e venha de fora, desde que este material, seja corretamente divulgado. Não basta, só colocar à venda. Talvez seja este, o segredo do sucesso de futuras publições européias no Brasil: Publicidade. Atenção, Edições ASA, Portugal! O que esperam para colocar seus produtos à venda no único país das Américas, colonizado por portugueses? Vão deixar que outros “colonizadores” ocupem o lugar que poderia ser o de vocês? Se acham que a capa dura encarece suas edições por aqui, podem produzir livros em capa mole, de forma mais barata. Lembro que este recado, vale também para editoras nacionais. A foto que ilustra a matéria, foi tirada pelo amigo Pedro Santos e enviada de Portugal.
Por um mercado de Quadrinhos mais equilibrado, variado e justo no país.

Por PH

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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