Imagine se a sua mãe morresse de repente e o espírito dela, passasse a viver num velho calhambeque 1928, guardado na garagem. Pode parecer meio estranho, mas era este, o enredo de uma curiosa série dos anos 60, estrelada por Jerry Van Dyke, irmão do comediante Dick Van Dyke e exibida na década de 70, pela antiga TV Rio. O seriado passou nos Estados Unidos com o nome original de “My Mother the Car”, entre 1965 e 1966 e teve apenas 30 episódios, produzidos pela United Artists. Eleito como a segunda pior produção da televisão americana de todos os tempos, pela revista TV Guide, título que considero injusto, Mamãe Calhambeque foi criado por Alan Burns, que também esteve envolvido em atrações famosas de TV como: Os Monstros, Agente 86, Mary Tyler Moore, Rhoda e outras mais, sempre como criador ou roteirista, e em alguns casos, exercendo as duas funções ao mesmo tempo. Apesar de ter deixado poucas recordações na maioria dos quarentões e cinquentões brasileiros que viam televisão em tempos de ditadura, é impossível não lembrar deste programa e do quanto era surreal, ouvir a mãe do advogado David Crabtree, o personagem principal, se comunicar com seu filho, através do rádio do carro. O aparelho piscava, em sincronia com a fala da mãe. Que loucura! É claro que era só ele que podia ouvir os chamados de sua progenitora. Me lembro que Mamãe Calhambeque era um seriado do tipo água com açúcar, não fosse por um detalhe. Este raro e maternal automóvel, era o objeto de cobiça do terrível Capitão Manzini, um malfeitor com cara de vilão dos anos 20 que queria tê-lo a qualquer custo. Alguém aí, lembrou deste programa? Tu já viu algo assim na televisão de antigamente? Abaixo, confira a letra e a tradução da música tema de abertura da série, de autoria de Paul Hampton:
Everybody knows in a second life, we all come back sooner or later.
As anything from a pussycat to a man eating alligator.
Well you all may think my story, is more fiction than it’s fact.
But believe it or not my mother dear decided she’d come back.
As a car …
She’s my very own guiding star.
A 1928 Porter.
That’s my mother dear.
‘Cause she helps me through everything I do
And I’m so glad she’s near.
My Mother the Car.
My Mother the car.
Todo mundo sabe que voltaremos cedo ou tarde numa próxima vida.
Como acontece com tudo, desde um gatinho até um jacaré comedor de homens.
Bem, você deve então, estar pensando que a minha história é mais ficção do que verdade.
Mas, acredite se quiser, minha mãe decidiu voltar.
Como um carro…
Ela é a minha verdadeira estrela guia.
Um Porter 1928.
Esta é minha mãe querida.
Pois ela me ajuda em tudo.
E estou muito feliz que esteja por perto.
Minha mãe, o carro.
Minha mãe, o carro.
Esta é uma matéria jornalística. Os direitos de “My Mother the Car” pertencem à Rede de Tv americana NBC. As fotos que aparecem na matéria são meramentes ilustrativas.
Por PH.