E aqui estamos nós de novo, para mostrar aos internautas que nos acompanham, um pouco de quadrinhos europeus, um gênero completamente renegado pelas editoras brasileiras. Desta vez, o alvo de nossa matéria será Blake e Mortimer, uma HQ criada pelo desenhista e roteirista Edgar Pierre Jacobs. Os personagens apareceram pela primeira vez no semanário Tintin em 1946, famoso gibi que publicava as aventuras de vários heróis da Banda Desenhada, em capítulos. A cada exemplar de Tintin, o leitor era brindado com algumas páginas de histórias. Era preciso esperar pelo próximo número, para conhecer a sua continuação. A primeira aventura de Blake e Mortimer no Tintin foi “O Segredo do Espadão”, trilogia que só acabaria em 1949. Essa foi a estreia do Capitão Francis Blake, agente dos Serviços Secretos Ingleses, e de seu amigo, o Professor Philip Mortimer, um brilhante físico e amante da arqueologia, sempre às voltas com a ameaça de terríveis bandidos. O principal deles é o Coronel Olrik, vilão que nunca deu descanso a Blake e Mortimer. O famigerado malfeitor está presente até hoje nesta longínqua saga da HQ, publicada em diversos países, embora nunca tenha chegado ao Brasil. Jacobs ambientou o enredo de sua saga, primeiramente nos anos 50, passando em seguida para um estilo típico dos anos 70. Após a morte de Jacobs em 1987, Bob de Moor terminou seu último álbum inacabado, “Mortimer contra Mortimer”. A partir do meio da década de 90, a série continuou com dois grupos de escritores e desenhistas: Van Hamme/Ted Benoit e Yves Sente/André Juillard. Mais recentemente, René Sterne, Chantal de Spiegeleer e Antoine Aubin se somaram a este grupo, dando sobrevida a Blake e Mortimer. Todos estes magníficos artistas procuraram manter sempre o estilo “Ligne Claire” de Jacobs, sendo bem féis a obra de seu eterno mestre. O toque inusitado veio em 2005, com uma idéia diferente. A missão muito bem realizada por Nicolas Barral e Pierre Veys deu origem a série “As Aventuras de Philip e Francis, cujo primeiro volume “Ameaças ao Império” foi publicado em Portugal pela Editora Gradiva. Trata-se de uma sensasional paródia à famosa dupla dos quadrinhos belgas. Com muito humor e um traço particular, é o que há de mais original, em se tratando de Blake e Mortimer. Um segundo álbum saiu em março de 2011 na França, pelo selo Dargaud. Em “Le Piège Machiavélique” (A Armadilha Maquiavélica), uma espécie de continuação da história de Jacobs “A Armadilha Diabólica”, nossos atrapalhados heróis vão parar em um mundo paralelo ao nosso, numa Londres em que tudo está literalmente de cabeça para baixo. Só para se ter uma idéia, os ônibus, ao invés de dois andares, possuem três, enquanto que os táxis da cidade são todos dirigidos por cegos. Isso sem falar nos nomes das ruas que aparecem completamente trocados. Conseguirão Philip e Francis, as cômicas versões de Blake e Mortimer, resolver este mistério? Para compreender melhor esta aventura, aconselhamos a leitura de “A Armadilha Diabólica”, onde o leitor descobrirá que a origem de tudo isto está num velho conhecido da dupla, o vilão Miloch. Não é a primeira vez que ele apronta das suas. Infelizmente, não há previsão para que “Le Piège Machiavélique” seja traduzido em português, ou mesmo lançado em Portugal. No Brasil, não deverá chegar nunca. Snif! Snif!
Por PH, um incansável defensor do quadrinho europeu.
Heeheh PH me deixou curiosa em conhecer esses atrapalhados Philip e Francis que fazem essa paródia a dupla belga!!! poxa esse gostaria de ler será que no futuro poderemos encomendar pela internet? Esse álbum deve ser muito divertido uma coisa de louco rsrs principalmente a parte dos ceguinhos dirigindo rsrs imagina a loucura no transito rsrs me lembrei do mr magoo hehehe rsrs