Se perguntarem o que andei lendo nesta última semana, diria que foi um álbum português, de 2005, publicado pelas Edições ASA. Estou falando de Mortadela e Salamão: Estrelas de Cinema, único título da série editado por este selo lusitano. O curioso é que, só agora, o gibi de capa dura foi parar em minhas mãos. A explicação se deve, em parte, a não existir uma exportação oficial de quadrinhos da ASA para o Brasil, muito menos qualquer tipo de divulgação de seus ótimos produtos. Tive de pedir a um amigo que mora em Portugal para que comprasse o volume para mim. Confesso que apesar de ter sido, como várias pessoas de minha idade, leitor das histórias desses famosos personagens espanhóis da HQ, a ausência de novas publicações nacionais do heróis distanciou-me desta maravilhosa saga cômica de espionagem. Criados pelo desenhista espanhol Francisco Ibáñez, em 1958, Mortadelo y Filemón são conhecidos em nosso país como Mortadelo e Salaminho. Os dois são agentes da T.I.A. (Técnicos de Investigações Avançadas) e vivem aprontando muitas confusões. Para piorar a situação, Salaminho é um mestre dos disfarces, cujas transformações nunca ajudam muito no sucesso das missões da dupla. Eles são chefiados pelo Super, o superintendente da T.I.A, e tem à sua disposição, os mirabolantes e inúteis inventos do Professor Bactério. Em nosso país, a franquia já chegou a ser uma febre nas décadas de 1970 e começo dos anos 1980, caindo no esquecimento nos dias de hoje. As aventuras de Mortadelo e Salaminho já foram editadas pela RGE, responsável pela versão em formatinho que circulava nas bancas, pela Cedibra, que comercializou os álbuns nas livrarias, e pela Manole, detentora de uma única história. Trata-se de Mortadelo e Salaminho – Terroristas, datada dos anos 1990. Voltando ao objeto de nossa matéria, em “Mortadela e Salamão: Estrelas de Cinema”, o desajeitado duo será protagonista de uma produção cinematográfica mostrando a sua rotina na T.I.A. É claro que isto não será tarefa fácil para nenhum diretor de cinema. Mortadelo e Salaminho darão muito trabalho para os realizadores deste inimaginável longa-metragem. Não vamos contar mais para não estragar a surpresa de quem for ler. Apesar do tempo, gostaria de ressaltar que o texto de F. Ibáñez continua melhor do que nunca, se tornando até um pouco mais ácido do que o costume. O traço, para alegria dos fãns, não sofreu qualquer tipo de modificação.
Dá para voltar no tempo com o exemplar na mão. Quando percebi, já estava gargalhando alto. Procurando na Internet, em sites como o Wook, ainda dá para adquirir esta pérola de coleção. Esta é mais uma leitura recomendada pelo blog Tujaviu. Se quiser conferir mais sobre Mortadelo e Salaminho, passe na locadora mais próxima e alugue seus filmes Live Action. Até agora, já foram lançados dois discos.
Por PH.
