Uma das mais legais HQs que li recentemente faz parte da série Johanna: Une femme dans la peau, criada por François Walthéry, o pai de Natacha. Desta série, também participaram Di Sano, Mythic, Georges Van Linthout e Fritax. Ganhei quatro volumes do amigo Artur Vecchi e desde então, não os larguei mais. A resenha do tomo 1 e 2 da coleção já foram publicadas.
Agora, chegou a vez de conferir Au malheur des dames, terceira parte da saga, com desenhos de Walthéry e Bruno Di Sano, texto de Mythic e cores de Martine Chardez. O álbum, de 2002, tem capa dura, grande formato, 48 páginas e a marca de Joker Editions.
Depois de uma experiência bizarra, realizada pelo terrível Dr. Markus, o cérebro do tarado Antoine Aubert, agente de seguros, passa a ocupar a caixa craniana de uma exuberante jovem que foi vítima de uma overdose de drogas. A moça pertencia a um clã bastante rico e possuía uma irmã gêmea. Quando esta descobre a troca, faz Antoine se passar pela garota. Enquanto isso, um grupo de velhos nazistas também lança mão do artifício cirúrgico que transformou Antoine numa beldade e sequestra as mais lindas moças, filhas de endinheiradas dinastias. A ideia dos alemães é a de se transferir para seus corpos e promover seu casamento com os mais poderosos dirigentes do planeta. Assim, poderiam voltar à cena do poder, após a derrota que sofreram na Segunda Guerra Mundial. Já devidamente travestidos, mandam exterminar todos os membros da nova família de Antoine. Testemunha chave que poderá impedir o sucesso do nefasto plano, Antoine é caçado como um cão e foge para o Egito. Conseguirá escapar de seus perseguidores e tentar viver uma vida normal, como uma exuberante fêmea?
A trama desta HQ é muito interessante e coloca uma questão importante. O que aconteceria com um homem hétero, se acordasse num corpo feminino. Gostando de mulheres a vida toda, continuaria com certeza a ter a preferência, dando a impressão de ter virado uma lésbica. E é justamente o que acontece aqui. Enquanto foge de seus algozes, Antoine fatura os maiores aviões do pedaço. Muitas cenas de nudez em que maravilhosas gatas se pegam pra valer e sangue fazem parte deste quadrinho, o que não o torna aconselhável para as crianças, mas fundamental para os adultos que gostam de uma banda desenhada mais tórrida.
O volume não foi lançado no Brasil, só estando disponível em francês. Não é por isso, que deixamos de falar sobre ele!
Por PH.
A arte já seduz, julgar livro pela capa não é o mais legal, mas as vezes a estética ajuda bastante na escolha do leitor. uma capa bonita e atraente estimula a ler com certeza.