Neste Natal, a leitura que me acompanhou no metrô e em casa foi A Propriedade, da israelense Rutu Modan, editada pela WMF Martins Fontes. Foi um tremendo presente de meu irmão! Apesar de ter sido escrita originalmente em hebraico, esta edição foi produzida a partir da versão americana do quadrinho, publicada pela Drawn & Quaterly, editora da qual possuo The Death Ray, do fantástico Daniel Clowes.
A HQ foi toda desenhada no estilo Ligne Claire, que Hergé utilizava para compor o visual gráfico de seu famoso Tintin. É claro que estamos falando aqui de uma Linha Clara estilizada, moderna e que funcionou bem para uma história que tem suas origens na ocupação nazista da Polônia.
Após o falecimento do filho, Regina Segal leva a neta, Mica, à cidade de Varsóvia, com o pretenso objetivo de recuperar uma propriedade da família, perdida durante a Segunda Guerra Mundial. O temperamento de Regina é difícil e ela pode estar escondendo o verdadeiro motivo que a levou a fazer a viagem. Um grande mistério envolve este prédio, fato que atrai a cobiça de Tzilla, filha de Regina que mora em Varsóvia. O que maioria dos personagens desta história não sabe é que um amor esquecido do passado pode ser a chave para tudo. A trama ainda abre espaço para um romance entre Mica e um guia de turismo local que também é desenhista e quadrinista.
A Propriedade participou da seleção oficial do Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, no ano de 2014, recebendo um Prêmio Eisner neste mesmo ano, como Melhor Graphic Album, além de ter faturado o Ignatz Award, Outstanding Graphic Novel, em 2013.
O quadrinho tem tradução de Marcelo Brandão Cipolla, preço de R$ 69,90, capa em brochura, 224 páginas e formato de 23,00 X 16,50 X 1,70 cm.
Sobre a autora, Rutu Modan nasceu em Tel Aviv, Israel, em 1966. Depois de se formar na Academia Bezalel de Arte e Design, em Jerusalém, começou a escrever regularmente e a ilustrar tiras e quadrinhos para os principais jornais de Israel e para a revista MAD israelense. Em 1995, fundou o coletivo Actus tragicus, com Yirmi Pinkus, Mira Friedman, Batia Koltan e Itzik Rennert. Os primeiros números, em preto e branco, foram publicados em inglês, para alcançar um público além das fronteiras de Israel. Em 1996, colaborou com Etgar Keret em seu primeiro quadrinho, Nobody Said it Was Going to Be Fun, um best-seller israelense. Modan contribui para revistas e jornais ao redor do mundo, incluindo New York Times, New Yorker e Le Monde. Teve dois quadrinhos publicados no New York Times: Mixed Emotions, num blog de quadrinhos, e The Murder of the Terminal Patient, nas páginas da revista The New York Times Magazine. Entre seus livros estão Exit Wounds, Jamilti and Other Stories e o livro infantil Maya Makes a Mess.
Desejo a todos um Feliz Natal e a leitura de muitas HQs e livros neste ano de 2016! Quadrinho é cultura! Leia sem moderação! Quem não lê, fica para trás!
Na última foto postada, descubra quais serão os próximos divertimentos do Tujaviu.
Por PH.
Uma história e tanto,gostaria mto de um dia conferir!!!!