Livros

“A MÃO DECEPADA”, de Yves Chaland, é uma das poucas obras do autor que saíram no Brasil

Escrito por PH

DSC_5828Desde a morte de Hergé, em 1983, vários artistas europeus tem tentado reproduzir o jeito de desenhar deste belga, cujo nome verdadeiro era George Rémi. Ele foi o criador de Tintin e maior representante da Ligne Claire, um segmento da Nona Arte que utiliza cores chapadas, traços simples para a composição de personagens e pouquíssimo ou nenhum sombreamento nos desenhos. Podemos citar como artistas que já beberam desta fonte: Joost Swarte, Ted Benoît, Edgar Pieree Jacobs, René Sterne, André Juillard, Serge Clerc, Floc’h e Yves Chalan, entre outros. De todos estes, Chaland teve uma enorme importância para o gênero.

O artista faleceu em 1990, vítima de um acidente de carro, deixando uma vasta obra que teve seu auge nos anos 1980. Ele publicou suas primeiras pranchas no fanzine Biblipop, quando tinha apenas 17 anos. Com uma arte bastante retrô, cheia de referências aos anos 1950, Chaland deu vida aos personagens Bob Fish, Adolphus Claar, Le Jeune Albert e Freddy Lombard.

Chaland não é um ilustre desconhecido no país. Em 1992, a Editora Scipione publicou o livro ilustrado A Mão Decepada, com desenhos e roteirode Jean-Luc Fromental. A aventura trazia um mistério no Museu de Cera, envolto em estranhas circunstâncias: um estranho morto vestido com roupas de opereta, uma cigana que desaparece entre estátua, um segredo com raízes mergulham no passado. Entre as antigas sombras e as do museu, o detetive Simon não sabe quais são as mais assustadoras. Por mais esquisito que seja, esse enigma tem uma solução. Todos podem encontrá-la, mas é necessário saber observar, refletir e conseguir rasgar o véu das Noites Negras, o nome desta coleção de cinco volumes. As pistas para resolver tudo isso estão espalhadas pelos textos da publicação, em letra maiúscula, e em suas ilustrações. Pense a respeito de todas as informações fornecidas e chegue ao fim deste caso, com uma resposta, antes que tudo seja revelado no fim.

A Mão decepada tem 32 páginas, tradução de Luis Rivera, capa em brochura e formato de 19 x 26 cm. Está fora de catálogo há muito tempo. Para comprar este livro, só mesmo recorrendo a sebos físicos ou virtuais.

Outro exemplar desta série, que já comentamos, é O Signo de Lúcifer, de autoria de Benoît Peeters e Alain Goffin.

Abaixo, veja as fotos que tirei desta maravilha, pouco lembrada por quem curte quadrinhos no Brasil.

Por PH.

Imagens: Yves Chaland / Editora Scipione / Éditions Nathan – Paris.

capa

DSC_5837

DSC_5844

 

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

Comentar

Deixe seu comentário