Quadrinhos

Em nossa primeira leitura de 2015, revisitamos a série “Passeio ao Fim do Mundo”, de Makyo e Vicomte

Escrito por PH

Untitled-1Em nossa leitura que inaugura o ano, revisitamos os dois primeiros volumes da série Passeio ao Fim do Mundo (Balade au bout du monde), editados em português pela lusitana editora Meribérica. Na verdade, acabamos relendo os originais em francês destes álbuns, os únicos que possuímos no acervo do site. Ostentando a marca da Glénat, são eles: La Prison (A Prisão) e Le Grand Pays (O Grande País).

Confesso que na época do lançamento do primeiro tomo da saga, 1982, não dei muita importância à novidade. Muito tempo se passou, desde então, e Balade au bout du monde passou a ser uma das melhores HQs que já li. Posso dizer isso, sem dúvida alguma, mesmo sem ter tido contato com os 15 títulos outros títulos que existem na Europa.

De autoria de Pierre Makyo (roteiro) e Laurent Vicomte (desenhos), este é um quadrinho bastante conceituado até hoje. Seu tomo de estreia ganhou a mais alta distinção do Festival de Hyères e o Grande Prêmio da Cidade de Paris.

Resumindo o que se passa em A Prisão, Arthis Jolinon é um fotógrafo com poucos amigos e que tem a simpatia de Annette, jovem que é apaixonada por ele, apesar da pouca reciprocidade amorosa de seu teórico pretendente. Um belo dia, Arthis resolve fotografar uma região pantanosa, localizada perto de Paris. Ele pega seu fusca conversível e parte para a região, num trabalho que teria tudo para ser mais um bom momento de sua carreira profissional. Uma das primeiras visões que tem no lugar é o de uma bela morena, igualmente fotógrafa, atacada por uma estranha figura que lembra um cavaleiro medieval. Antes que possa fazer qualquer coisa, Arthis também é violentamente abordado por uma figura semelhante. Nosso herói acorda num local subterrâneo, com forte clima de idade Média, povoado por indivíduos que desapareceram no mesmo pântano que ele. Todos estão cativos, sem  saber a razão de sua presença por lá, sendo alimentados de tempos em tempos por um enigmático povo que não permite nenhum tipo de aproximação. Qualquer tentativa é punida com a morte. Arthis se junta então a um grupo que tenta uma fuga desesperada dali.

Na sequência da HQ, O Grande País, um grande caos acontece, assim que os planos para o motim escapatório são descobertos pelos líderes dos prisioneiros. Nesse meio tempo, o fotógrafo reencontra a mulher que viu, pouco antes de sumir. Os dois tem um belo momento de amor juntos, mas logo serão separados pelo destino, pois Arthis é o único a conseguir escapar dos calabouços que foram sua casa por meses. O mundo da superfície é o reino de Galthédoc, um vilarejo marcado pela presença de três emblemáticos castelos. O lugar parou no tempo, ao decidir cortar laços com o mundo exterior. Se aliando a um nobre líder local que se torna seu amigo, Arthis terá uma rara oportunidade para regressar à França. O objetivo do retorno é o de reunir o maior número possível de informações sobre a evolução que aconteceu nos últimos séculos em nosso planeta e mostrá-las aos que moram em Galthédoc. Assim, haveria uma real possibilidade de reunificação entre os dois universos. Em Paris, Arthis contará com a hospitalidade de Annette, a quem contará sua incrível aventura, desde o dia em que saiu para fazer fotos em um pântano. Arthis ficará de vez na Cidade Luz ou retornará à misteriosa terra medieval da qual foi prisioneiro por muito tempo, levando uma completa reportagem sobre nossa atual civilização? Haverá a tão esperada reaproximação entre duas dimensões tão diversas? Arthis conseguirá rever sua linda amada de cabelos negros? Resgatará seus companheiros de masmorra que ainda estão presos? Estas e outras respostas serão dadas nos volumes seguintes desta série que espero conferir um dia. Lá fora, ela circula em maravilhosos álbuns integrais. Por aqui, infelizmente, continua sendo uma ilustre desconhecida.

O primeiro ciclo de Passeio ao fim do mundo (1982-1989) foi todo ilustrado por Vicomte. Depois, o artista foi substituído por Hérenguel, Faure e N. G. Laval. Trata-se de uma espécie de conto de fadas moderno que se transforma em um pesadelo que levará o leitor a uma dimensão fantástica que vai muito além de nossa realidade cotidiana.

A seguir, veja as capas das duas primeiras edições de Passeio ao Fim do Mundo, em português e em francês. Feliz 2015.

Por PH.

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Balade au bout du monde 1

Balade au bout du monde 2

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

2 Comentários

  • A arte da capa ficou incrível,uma historia envolvente e empolgante espero um dia ter a oportunidade de conferir essa obra e saber se eles ficaram juntos..

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