Manitas, HQ de Fred Leberre e Michel Colline, mostra a paixão de dois jovens latinos pelo boxe

No último dia 27 de março de 2014, na França, saiu mais um quadrinho no estilo que o Tujaviu mais gosta. A edição vem com aquele traço descompromissado que não tem a menor obrigação de parecer certinho. É como acontece em Aya de Yopougon, de Marguerite Abouet e Clément Oubrerie, e em O Gato do Rabino, de Joann Sfar. Este tipo de HQ está crescendo na Europa. Recentemente, nos mesmos moldes, saiu o primeiro volume da trilogia Paci, de Vincent Perriot, tema de matéria no site. Desta vez, o roteirista Fred Leberre e o desenhista Michel Colline são os autores de “Manitas Partie 1: Premières Reprises”, álbum que leva a marca do editor POIVRE & SEL. A trama da HQ se passa na América Latina dos anos 1970, quando dois jovens rapazes, um de Cuba e outro da Colômbia, descobrem uma enorme paixão pelo boxe. Possuídos pelo desejo de se afirmarem nesta atividade, eles irão fazer o possível para realizarem seu sonho. Trata-se de uma emocionante aventura épica, que também tem momentos engraçados e trágicos, numa narrativa com fundo de realidade geopolítica que levará o leitor além de seus limites físicos e psíquicos. Manitas, além da arte simples que agrada, apresenta cores extremamente chapadas. A edição pertence à coleção Wasabi e possui capa dura, 80 páginas, preço em torno de 14 euros e formato de 21,7 x 30,5. Fred Le Berre nasceu em 1964. Ele é tradutor, escritor e boxeador nas horas vagas, o que justificaria a sua escolha pelo tema ligado ao esporte. Entre as séries das quais participou pela Humanoïdes Associés, estão: Shimon de Samarie, Axo e Galata. Pela mesma editora, também esteve envolvido em um coletivo de autores sobre a Casta dos Metabarões, entre 2005 e 2009. Na Dargaud, em 2012, foi o responsável pelo texto de um álbum sobre Teddy Riner, enquanto na Glénat, lançou a série Kashmeer, com Michel Rouge. Já Colline nasceu nos anos 1970. Passou a infância em Charente-Maritime, perto de La Rochelle, e estudou Belas Artes em Poitiers. É um desenhista que tem uma certa predileção pela Ligne Claire de Hergé, tendo mais afinidade com a escola do saudoso Yves Chaland. A possibilidade de tradução deste quadrinho para o português é zero. Uma pena!