Desde 1952, quando foi fundado, o grupo Bloch teve uma vital importância no cenário editorial brasileiro. Entre os seus êxitos de vendas, está a popular Revista Manchete que chegava a vender mais de 100.000 exemplares, por edição. Na área dos quadrinhos, a Bloch também foi bem-sucedida, emplacando a linha Bloch Infanto Juvenil, da qual Wilson Viana, o capitão AZA, era um de seus mais fervorosos divulgadores. Foi dele, a ideia da criação do Clube do Bloquinho. A grande maioria dos personagens das HQs da Bloch era formada por super-heróis que tinham a marca da Marvel Comics. Além destes, havia um outro grupo de heróis assustadores que era comercializado pela Bloch e tinha seus direitos pertencentes à esta famosa editora americana. Eles protagonizavam suas aventuras em gibis de 68 páginas, em média, com os seguinte títulos: Aventuras Macabras, Sexta-Feira 13, A Tumba de Drácula, Lobisomem, Frankenstein, Cine-Mistério, Clássicos do Pavor, Histórias Fantásticas e A Múmia Viva. Nesta matéria, destacaremos A Múmia Viva, relembrando os bons tempos deste sinistro ícone do Horror, envolto em ataduras, em sua versão para os quadrinhos. Antes de chegar lá, lembramos que a primeira aparição da Múmia se deu na literatura, através do livro The Mummy, or A Tale of the Twenty-Second Century, de 1827, escrito por Jane C. Loudon. De lá para cá, o personagem ganhou outros romances, entre eles, The Jewel of Seven Stars, de 1903, de autoria de Bran Stoker, e foi parar no cinema, imortalizado por alguns longas da Hammer Film e de outros estúdios famosos. Quando chegou aos quadrinhos, o sucesso da Múmia foi imediato. Por aqui, esta mesma história se repetiria. Durante um bom tempo, A Múmia Viva foi a grande sensação nas bancas de jornal brasileiras. Após um desentendimento com a Marvel, a Bloch perdeu o direito de usar o material gráfico que vinha dos Estados Unidos. O lado positivo deste fato é que isto obrigou a entrada de desenhistas nacionais, em cena, para garantir a continuação de várias de suas publicações de Terror. A própria A Múmia Viva, cujo nome original era The Living Mummy, virou A Múmia, sem que muitos percebecem a alteração. No geral, a Bloch continuou a editar até o ano de 1996, sendo que em agosto de 2000 foi à falência. Seu legado editorial para que ama quadrinhos é inesquecível.
Desencavamos A Múmia Viva, famosa revista de Terror da extinta Editora Bloch.
Por PH.