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Forte Apache: O Mundo Mágico de Richard Kiaw

Escrito por PH

Junto com Pedro Henrique Peixoto, Richard Kiaw foi, durante os anos 1990, um dos criadores, diretores e redatores do extinto TOP TV da Record, uma atração semanal que ia ar aos domingos, falando de quadrinhos, seriados, desenhos animados e afins. Ainda trabalhando em televisão, Richard, nas horas vagas, se dedica a um hobby que lhe custa muitas horas. Amante de Plastimodelismo, desde criança, ele começou comprando kits nacionais da Revell, gastando toda a sua mesada nisso. Com o tempo, Richard foi ganhando experiência e passou a montar complicados dioramas. Se não conhece o termo, estamos falando de detalhadíssimos cenários, em miniatura, feitos com vários tipos de materiais e kits. Eles representam um determinado momento histórico ou uma cena de ação. Nesta arte única, um dos trabalhos mais prestigiados de Richard é uma incrível cidade do Velho Oeste. Somente para conseguir as casas usadas na cena, foram necessários dois anos de procura por kits plásticos, muito difíceis de serem encontrados por aí. Tudo vem desmontado, em centenas de partes, sendo preciso montar todos os elementos. Para adquirir sua matéria-prima, Richard compra tudo pela internet, conseguindo raridades que são originárias, em sua maioria, de países da antiga União Soviética, embora também obtenha muitos itens do Japão, Estados Unidos e Itália. Seus fabricantes preferidos são a Revell alemã, a italiana Italeri e a japonesa Hasegawa, além da americana “Moebius”. Só por curiosidade, esta última está lançando kits de todos os veículos das séries de Irwin Allen, o criador de Perdidos no Espaço, Terra de Gigantes, Túnel do Tempo e de outros clássicos da telinha. Segundo Richard, entre os kits mais difíceis de achar, estão os modelos da americana “Aurora”, especializada em kits de séries de TV e cinema. Em relação a preço, um conjunto de índios Sioux da Imex, na escala 1/72, custa cerca de 8,9 dólares, enquanto que um kit do submarino Seaview, de Viagem ao Fundo do Mar, pode chegar a mais de 100 dólares. Tudo depende do que se pretende fazer e quanto de dinheiro se pode gastar. O principal mesmo é ter uma boa idéia na cabeça. Em 99,99 % dos casos, nada vem pintado. A Polar Lights acabou de lançar um kit do Batmóvel, da série Batman de 1966, que oferece uma opção já colorida, mas esta é uma iniciativa solitária desta empresa e que ainda acaba saindo bastante cara. O jeito é botar mãos à obra e pintar você mesmo. Revell e Testors são as principais marcas de tintas usadas por Richard que aprendeu a manejar um aparelho de aerógrafo para facilitar sua vida. Além das cores e prédios, há também a questão da vegetação. Para compor esta parte de suas obras, Richard costuma fazer pesquisas e utilizar terra e raízes de verdade. É neste miniaturizado universo que o artista posiciona figuras humanas que tem apenas dois centímetros de altura, na escala de 1/72. Richard costuma montar tudo, ao ar livre, em cima de uma mesa. O céu que vemos em seus épicos trabalhos é de verdade. Depois, tudo é filmado ou fotografado e está pronta uma realização artística que dá muito orgulho a quem a concebeu e encanta quem tem a oprtunidade de vê-las. Nestas horas, ter uma esposa compreensiva que ajude a encontrar espaço, em casa, para armazenar estas preciosidades é fundamental. Além da cidade de Faroeste, Richard também comprou, pela internet, um kit da casa do personagem Norman Bates, do filme Psicose, produzido pela Polar Lights. Depois de montar, pintar o sobrado e colocar diante dele uma raiz que achou na rua, Richard gravou imagens em movimento deste belíssimo momento, eternizado pelo diretor inglês Alfred Hitchcock. Também são de sua autoria, uma batalha medieval, que mais parece uma produção cinematográfica, e um cenário de Star Wars que reproduz uma sequência do longa O Império contra-ataca. Depois de nos surpreendermos com o talento nato deste competente redator de televisão, e um dos responsáveis pelo texto do programa Vídeo Show da Rede Globo, ficamos maravilhados com outra de suas hábeis criações. Trata-se de um Forte Apache, todo feito com palitos de fósforo. Richard conta que após procurar por Fortes de qualidade, só conseguiu achar produtos ruins e pouco reais. Em virtude deste quadro de escassez no mercado de kits, decidiu fazer, ele mesmo, o seu próprio Forte, usando dezenas de caixas de fósforos. Afiando palito por palito, colou-os lado a lado e caprichou na pintura para dar um ar tosco à construção. Faltava apenas, simular uma luta entre índios e soldados e estava finalizada mais uma de suas mais geniais produções. Agradecemos ao amigo Richard Kiaw que, mesmo detestando ser entrevistado, respondeu a varias perguntas que lhe enviamos por e-mail. Graças à sua boa vontade e paciência, conseguimos realizar esta matéria do blog Tujaviu. Também ficamos gratos pelos vídeos e fotos que Richard nos enviou e pela sua autorização para que editássemos tudo num único vídeo. 


Por PH.

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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