Quadrinhos

Confira as nossas impressões sobre a HQ Astronauta: Magnetar, de Danilo Beyruth

Escrito por PH

Foi amor à primeira vista, ou poderíamos dizer que foi amor à primeira capa, já que ela é belíssima, incrivelmente vendável, e passa todo o clima espacial desta fabulosa graphic novel nacional. Já estávamos aguardando pelo lançamento de “Astronauta: Magnetar”, de Danilo Beyruth, mas quando demos de cara com o anunciado volume, na banca de jornal, trazendo o lendário Astronauta Pereira em seus trajes espaciais alaranjados, não teve como não levar o exemplar para a coleção. O que podemos dizer sobre o tema da nossa matéria é que este gibi de luxo é, de longe, o mais espetacular lançamento brasileiro, em quadrinhos, de todos os tempos, sem querer desmerecer outros títulos de conceituados artistas nacionais. Com um visual arrojado, e utilizando as cores de Cris Peter, Danilo conseguiu dar vida e modernidade a um personagem criado, por Mauricio de Sousa, em 1963. Na época, a ideia de Sousa, o pai de Mônica, Cascão e Cebolinha, era a de desenvolver algo que fosse de encontro a tradicionais heróis americanos de ficção científica, entre eles: Flash Gordon e Buck Rogers. Foi assim que surgiu a figura do Astronauta Pereira, integrante da BRASA (Brasileiros Astronautas), numa conotação mais filosófica e bem diferente da que conhecemos, atualmente, em se tratando do internacional trabalho de Mauricio de Sousa. Na trama desta história adulta e fantástica, conduzida por Beyruth, nosso herói encontra um magnetar, o que corresponde à última estrutura que restou do antigo núcleo de uma estrela. Nesta audaciosa exploração pelo cosmos, Pereira acaba tendo problemas, ficando sem computador, e deverá dar duro para sobreviver nesta estrela morta, mas que possui um enorme campo magnético. A solidão e os espaços restritos serão as suas únicas companhias. Este pequeno resumo da narrativa é apenas um pouco do que espera o leitor nesta obra da Nona Arte criada por Danilo Beyruth. Nascido em 1973, o desenhista iniciou sua carreira em publicidade. Influenciado por autores americanos, como Alan Moore e Frank Miller, ele tem em seu personagem Necronauta, um tranportador de almas de mortos, uma de suas mais importantes realizações no mundo dos quadrinhos. A coragem e responsabilidade que Danilo teve, ao iniciar um novo segmento adulto na linha de quadrinhos de Mauricio de Souza, são inteiramente proporcionais ao seu enorme talento. Quando pegamos esta edição no jornaleiro, soubemos que ela era a última que restava e que todos os outros exemplares haviam desaparecido, quase que por encanto. Este rápido sumiço é um sinal óbvio do sucesso desta nova empreitada editorial do sábio Mauricio de Sousa, que soube escolher a pessoa certa para dar outras asas a um de seus antigos e engavetados projetos. Lançado pela Editora Panini e pela Mauricio de Sousa Produções, este “Astronauta: Magnetar” que conferimos tem capa em brochura e impressão de altíssimo nível. São 80 páginas que agradam aos olhos e ao bolso, já que seu preço é de R$ 19,90. Para os mais exigentes, existe uma segunda versão, em capa dura, ao custo de R$ 29,90. Nós, do blog Tujaviu, que gostamos muito de quadrinhos europeus, conseguimos, com uma certa liberdade de imaginação, enxergar no uniforme de Pereira, alguns elementos do traje espacial de Tintin, usado em Rumo à Lua e Explorando a Lua, o que poderia ter sido uma singela e oportuna homenagem de Beyruth, ao célebre repórter belga que foi criado por Hergé, em 1929. E quanto ao topete e cabelos ruivos de Pereira, ainda penteados, que aparecem no começo da aventura? Seria muito delírio de nossa parte, ver outro Tintin ali? Não importa! O resultado final desta publicação, tirando qualquer influência que ela tenha sofrido, é absolutamente fantástico. Todo este espetáculo fica completo, logo nas primeiras páginas, com um otimista prefácio de Mauricio de Sousa. No final, contamos com biografia e esboços de Beyruth, histórico do Astronauta original e, na contracapa, palavras inspiradoras do navegador Amyr Klink. Vale a pena conferir tudo isto! Há muito tempo, não segurávamos nas mãos, uma HQ tão impactante e com tantas qualidades. Parabéns ao pessoal da Mauricio de Sousa Produções, pela iniciativa, principalmente a de Sidney Gusman, com o qual conversamos pelo telefone. A seguir, confira como era o look do Astronauta, dos anos 1960, bem como a capa e duas pranchas da nova releitura feita por Danilo Beyruth.

Por PH.


 

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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