Quadrinhos

O eterno sambista Cartola é um dos personagens principais de KM Blues, excelente HQ nacional de Daniel Esteves e Wanderson de Souza

Escrito por PH

Km-foto-matériaEntre os quadrinhos que estão chegando às livrarias, neste fim de ano, recomendamos a graphic novel nacional KM Blues. A história do álbum é centrada em Flávio, um recém-divorciado que viaja por estradas paulistanas, à procura de respostas que possam ajudá-lo neste novo momento de vida. O curioso é que o percurso é feito, ao lado do célebre músico carioca Cartola, sambista já falecido que faz a diferença na trama. KM Blues tem texto de Daniel Esteves (Nanquim Descartável, O louco, a Caixa e o Homem), traço de Wanderson de Souza (Nanquim Descartável, Quadrinhópole, Café Espacial), cores de Wagner de Souza, além de prefácio escrito por Laudo Ferreira. A publicação foi lançada, no último dia 14 de dezembro, em São Paulo. O exemplar tem 104 páginas, formato 16 x 25 cm, custa R$ 25,00 e tem um visual charmoso e colorido, recheado de belíssimas e amplas imagens. KM Blues vem com a marca do selo independente independente HQemFoco. A edição foi uma das contempladas com o ProAC 2011 – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo. Embora seja diferente, a trama de KM Blues nos lembra um pouco da narrativa de Bourbon Street – Os Fantasmas de Cornelius, publicado pela 8INVERSO. Nesta outra HQ, um guitarrista de terceira idade, na Nova Orleans dos anos 1990, parte em busca de Cornelius, lendário trompetista que desapareu há 50 anos. Em sua jornada, contará com a  ajuda do fantasma de Louis Armstrong. Semelhanças à parte, não deixe de conferir KM Blues. É quadrinho brasileiro do bom! Na capa abaixo, dá para ver Cartola, de costas, pedindo carona. Assim que entrar no carro de Flávio, os dois viverão uma aventura mágica.

Por PH.

 

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

1 Comentário

  • A trama lembra também um pouco o filme “A Encruzilhada” dos anos 80, onde o personagem de Ralph Macchio procura aprender a tocar a música perdida de Robert Johnson com um velho tocador de blues, Willie Brown, que diz ter vendido a alma ao “coisa ruim” décadas antes.

    Acho que as semelhanças apontadas só tornam a leitura ainda mais interessante. Valeu pela dica, PH!

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