Animados com a chegada às bancas da HQ Epic MAD, inspirada na atração de mesmo nome do Cartoon Network, resolvemos fazer uma retrospectiva com o melhor da Mad dos anos 1970. Tendo sua fase de ouro, nessa época, através da saudosa Editora Vecchi, Mad em Português foi uma das grandes atrações do jornaleiro. Sua primeira edição data de julho de 1974, já associada à figura deOtacílio d’Assunção Barros, o Ota, que editou a publicação por vários anos, até 2008. Como não dá para falar de todos os exemplares que saíram, vamos nos concentrar em algumas de suas históricas edições. Faremos três posts, cada um abordando uma delas, respectivamente: As Panteras, Mulher Biônica e Planeta do Macacos. Usando material de nosso próprio acervo, esperamos prestar uma bela homenagem a este ícone dos quadrinhos. Mad Panteras, tema de nossa primeira matéria, saiu em setembro de 1977 e corresponde ao número 39 da série. Sua capa foi obra do ilustrador Jack Rickard, artista que trabalhou para a MAD por duas décadas e faleceu em 1983. O desenho de Rickard exibe, da esquerda para a direita, Jill Monroe (Farrah Fawcett), Sabrina (Kate Jackson) e Kelly (Jaclyn Smith), as investigadoras de As Panteras (Charlie’s Angels), famoso enlatado policial americano que foi produzido entre 1976 e 1981. Na imagem, elas estão posicionadas na frente de uma piscina, contempladas por Alfred E. Neuman, o personagem símbolo da Mad. Pelo preço de Cr$ 8,00, em tempos de inflação galopante, o leitor conferiu uma engraçada sátira às Panteras, aqui chamadas de As Patetas. Com traço de Angelo Torres e texto de Lou Silverstone, a história tem três páginas e mostra as meninas ao lado de John Bosley (Xóris), o interlocutor do patrão Charlie (Charlixo). Nesta paródia, nossas gostosíssimas heroínas tiveram seus nomes alterados para: Jujuba, Sacarina e Quibe. Em meio a uma atrapalhada aventura, em que são sequestradas por um bando criminoso, as três ainda enfrentam protestos de policiais masculinos que afirmam que o seriado é prejudicial para tiras baixinhos e encaram a revolta da ala feminina da corporação que segura cartazes dizendo que As Panteras atrapalham as suas vidas e as existências de outras mulheres. A mais hilária destas manifestações, entretanto, é a de Kojak (Telly Savalas), reclamando que as detetives perturbam a ação de tiras carecas. Além de brincar com As Panteras, esta Mad faz piada com as atrações de TV mais conhecidas do período. São sacaneados, sem papas na língua: Jota Silvestre, Jornal Nacional, Praça da Alegria, entre outros programas de televisão. Don Martin, em uma narrativa na praia, e Spy vs. Spy não foram esquecidos neste exemplar. Nele, também há quadrinhos sobre hipnotismo, trânsito e muito mais. Só para lembrar, MAD é uma tradicional revista de humor que foi criada, em 1952, pelo empresário William Gaines e pelo editor Harvey Kurtzman. No início da empreitada, Kurtzman teve um papel fundamental no sucesso de Mad. Foi ele que escreveu grande parte do texto, desenvolveu o logo da revista, deu vida a Alfred E. Neuman, personagem símbolo da Mad, e desenhou várias de suas capas. No Brasil, esta ilustre representante das HQs já foi impressa também pela Record (MAD in Brazil)e Mythos (Novo MAD), seguindo editada pela Panini. Não perca o próximo artigo, sobre o número 40 da antiga coleção da Vecchi, estrelando A Mulher Bobônica.
Por PH.
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