Num ritmo acelerado de lançamentos, a Editora Nemo anuncia outra grande novidade. Depois de colocar nas livrarias do país, dois volumes de Moebius (“O Mundo de Edena: Na Estrela” e “Caos”), a empresa mineira que mais investe em quadrinho europeu no Brasil traz Os Companheiros do Crepúsculo, de François Bourgeon, uma aventura cuja trama se desenrola na Idade Média, durante o período da Guerra dos Cem Anos. A narrativa é focada nos personagens Mariotte e Anicet, dois jovens e únicos sobreviventes de uma aldeia que foi completamente destruída por soldados. Após a tragédia, ficam a serviço de um cavaleiro sem rosto que luta contra as forças do obscuro. Apesar de mostrar violentas e sanguinárias cenas de luta, o volume também tem momentos de erotismo. Alguns são protagonizados pela bela e desinibida Mariotte. Tudo isto é apresentado num traço magnífico e detalhado que recria toda a atmosfera de uma importante fase da história. O cenário fica completo com um português rebuscado que combina com a ambientação de época existente. Nascido em Paris, em 1945, François Bourgeon começou sua carreira, em 1971, fazendo ilustrações. Este é um autor consagrado de quadrinhos que foi responsável por vários títulos editados em diversas línguas. Sua série mais conhecida é Passageiros do Vento, uma aventura que tem a ver com a rota dos navios negreiros no século XVIII, escravidão e muita sensualidade. Ela foi publicada inicialmente na revista francesa Circus e teve versão em português com a marca da saudosa Editora Meribérica. Já Os Companheiros do Crepúsculo tem um total de 240 páginas coloridas e formato de 24 x 32 cm. Trata-se de um álbum cartonado irretocável, com preço previsto de R$ 94,00. Ele reúne toda a trilogia de Os Companheiros do Crepúsculo, incluindo: O Sortilégio do Bosque das Brumas, Os Olhos de Estanho da Cidade Glauca e O Último Canto das Malaterre. Os dois últimos citados, ainda precisam ter seus títulos divulgados oficialmente pela Nemo, já que usamos os nomes de suas versões lusitanas. E pensar que antes da internet, era preciso viajar ao exterior para comprar preciosidades como esta, que nem eram traduzidas para nosso idioma. Se achássemos um destes em Portugal, já saíamos no lucro. Parabéns à Editora Nemo por esta incrível trajetória de bom gosto e sucesso, sem esquecer a questão do preço acessível. Por incrível que pareça, esta edição custa mais caro, lá fora. Com a marca do selo 12 bis, sai a 45.00 €, cerca de R$ 131,00. Vantagem para o leitor brasileiro! A Nemo pertence ao Grupo Editorial Autêntica.
Por PH.