É com prazer, que tenho a oportunidade de fazer a minha própria resenha de Solar: O Caminho do Herói, do amigo Wellington Srbek, Abel e Campos. O quadrinho me chega às mãos, depois de uma viagem que fiz à França, onde me deliciei com a qualidade dos títulos que são lançados por lá. Neste quesito, Solar é bastante feliz e poderia fazer carreira internacional.
Gosto de HQs que não tenham necessariamente super-heróis brigando para salvar o mundo. Na verdade, sempre li material produzido na Europa, onde os protagonistas são jornalistas, detetives, marinheiros e gente comum. Gabriel Nascimento, o mocinho da trama, tem exatamente este perfil. É um jovem normal, sem músculos aparentes e brasileiro de Belo Horizonte. Ele descobre que é especial e que sua força vem essencialmente de nossas próprias tradições indígenas. Acaba virando um super-herói, voando por aí, mas nem percebemos o fato, já que ele não usa uniforme e não se porta como tal. Neste ponto, a comparação com o seriado Heroes é inevitável! Quem disse que um justiceiro precisa usar uma roupa colante e sair por aí batendo em todo mundo? Não dá para se servir de um pouco de sensibilidade e usar o cérebro para encarar os inimigos?
Depois de Solar: História de origem, em que Nascimento ainda precisava se acostumar com uma nova e fantástica vida, Solar: O Caminho do Herói traz amadurecimento a esse paladino mineiro da justiça. Através de uma psicodélica experiência xamanística, com seu pai índio, ele receberá informações que serão úteis para enfrentar o que o futuro lhe reserva. É que o Mago Zarkan, o vilão de fala solene, está de volta e fará revelações inesperadas a Gabriel. Isto não impedirá que um confronto entre os dois aconteça, pondo em risco a vida dos habitantes da cidade.
Solar: O Caminho do Herói é mais intimista e mais amadurecido do que seu antecessor. Tem mensagens ecológicas importantes e que ajudam a nos conscientizar a respeito da importância da Floresta Amazônica para a saúde do planeta e dos seres que nele vivem. Esta graphic novel é genuinamente brasileira, se servindo de todo misticismo, espiritualidade e curiosidade pelo fantástico que o brasileiro carrega. Para completar, ainda fala de egípcios, astecas, gregos, sumérios e nazistas. Assim, fica mais misteriosa e foge do óbvio!
Parabéns ao Wellington pelo roteiro rico e inteligente, falando de temas tão contemporâneos! Nada de mesmice! Que venha mais um volume!
A HQ tem 40 páginas, capa em brochura, formato de 19 x 28 cm e preço de capa de R$ 15,90.
Por PH.
Depois desse post, minha lista de desejados aumentou,já vai entrar para minha lista de leitura.