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Conheça as principais diferenças entre a animação e as HQs de O Gato do Rabino

Escrito por PH

DSC03379Disponível no Brasil, em DVD, a animação de O Gato do Rabino reúne todos os cinco álbuns da série em quadrinhos: “O Bar-Mitzvah”, “O Malka dos Leões”, O Êxodo, “O Paraíso Terrestre” e “Jerusalém de África”. Seu roteiro se passa na Argélia, em 1920, onde o Rabino Sfar vive tranquilamente com a filha Zlabya e um gato cinzento que é apaixonado pela jovem. Um belo dia, ele come um papagaio e começa a falar. Entre outras coisas, decide virar um judeu de verdade e não poupa críticas aos preceitos fundamentais desta religião. Junto com seu mestre e outros, ele embarcará numa jornada épica pelo continente africano.

Como todo desenho baseado em quadrinhos, é de se esperar que a versão para as telonas, por ter menos tempo para contar a história, seja obrigada a suprimir uma ou outra passagem da HQ. Assistindo ao filme, percebi que isto realmente aconteceu, já que seria impossível registrar tudo o que se dá no papel. Assim, a adaptação teve de fazer alguns sacrifícios, diminuindo a importância de personagens ou sumindo literalmente com eles.

Quem perdeu notoriedade no longa foi o Malka dos Leões, uma figura lendária na trama, que está sempre acompanhado de um velho, tão ancião quanto seu dono. A ele, estão ligadas várias lendas que muitas vezes o pregam como um sedutor de mulheres, atraindo as atenções femininas, por onde passa. Para sobreviver, engana os inocentes com seu bicho domesticado. A verdade é que ninguém sabe que o animal é manso. Desta forma, o Malka simula proteger as pessoas de “ferozes ataques” do felino, em troca de uma ajudinha financeira. De parada em parada, ele aplica este bem sucedido golpe, sem que ninguém suspeite da armação. O Malka é primo do Rabino Sfar e vai visitá-lo, tomando conta de Zlabya, sua filha, quando este parte para uma jornada pela África com seus amigos. No desenho, apenas esta visita é registrada, sem haver muito alvoroço com todo o mito que envolve o Malka dos Leões. Pelo menos, ele não arreda o pé da narrativa.

O mesmo não se pode dizer de um rabino que vem de Paris e que acabará por tornar-se noivo e marido de Zlabya, na versão para as HQs. Este desaparece completamente do cenário, fazendo com que a jovem permaneça solteira até o fim do argumento.

Além disso, uma forte passagem que critica a visão colonialista do álbum Tintin na África é ligeiramente suavizada. De resto, o desenho é irretocável, mostrando um ambiente multicultural que encanta. Temas como o Cristianismo não são esquecidos.

A direção de O Gato do Rabino foi feita pelo criador da saga, Joann Sfar, e por Antoine Delesvaux. A produção tem François Morel, Hafsia Herzi e Maurice Bénichou no elenco de dubladores. A produção é francesa, datando de 2011. A duração total é de 90 minutos, proporcionando um espetáculo visual que difere um pouco dos quadrinhos, por apresentar um traço menos despojado do que nos álbuns de livraria. Há áudio em português e francês e legendas em português e inglês.

O Gato do Rabino recebeu o César de Melhor Filme de Animação e na época de seu lançamento no Brasil, ganhou elogios do Jornal do Brasil e de O Globo. O Bonequinho do Globo o aplaudiu sentado. Vale a pena conferir! O DVD tem a marca de PRISMA imovision e custa R$ 37,90.

Por PH.

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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